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Mostrando postagens de 2017

C'est la vie

Há muito tempo que não atualizo o blog... Muitas coisas acontecem, aconteceram e acontecerão. O Natal está quase na porta e há alguns anos o Natal deixou de ser uma época em que eu esperava ansiosa. Hoje penso que Natal é consumo puro e a maior parte das pessoas tá nem aí pro real sentido. Mas tem uma coisa que apesar de bobos eu gosto muito de ver nessas épocas: são os filmes. De certa forma eles lançam um "tico" de esperança em nossos corações e nos fazem ter um ponto de crédito nas pessoas.  A arte tem esse poder de mexer com as sensações. lembro que quando era criança depois da missa do galo sempre via o filme da Noviça Rebelde , que época boa. E sonhava em ter vestidos feito de cortina. E adoro os enredos de mulheres "comuns", plebeias, conquistavam os príncipes, barões, capitães, homens abastados justamente pela sua inteligência, integridade e "pé no chão". Isso me fazia acreditar na possibilidade da existência de finais felizes. Hoje a vida

Como eu era antes de você

Não consigo escrever muito ultimamente, mas esses últimos meses têm sido muito intensos pra mim. Ainda estou com lágrimas nos olhos pelo lindo e poético filme que acabei de assistir: "Como eu era antes de você". Não posso entrar em detalhes sobre o filme, porque não conseguirei passar o que eu senti ao vê-lo, só sei que cai em prantos. O filme é lindo e passa tantas mensagens que nos fazem refletir muito. A respeito da vida, de nós e do amor. Sou romântica confesso, adoraria fazer aquela viagem programada por Clark naquele lugar paradisíaco com o amor da sua vida. Fiz Literatura por conta das histórias românticas e descobri nesse mundo que há muita coisa cujo amor move. Camilo Castelo Branco, José de Alencar, e todos os escritores românticos podem dizer bem como é o amor, principalmente o idealizado... Louisa talvez tenha idealizado Will, talvez não, mas ela confiou que por se amarem, ele mudaria de ideia. Acho que todos nós quando amamos acreditamos que por força desse

Nossas noites

Sempre vivi cercada de livros, filmes e músicas... Quando criança Tinha um avô que de certa forma me proporcionava isso, nunca fomos ricos, mas ele era um sujeito bastante inteligente. Não sei qual foi a parte e o porquê dele se entregar a bebida e desistindo de sua vida , sonhos e de sua família. Minha estada com ele nesse plano foi por 11 anos, mas minha iniciação ao mundo das artes e do gostar disso, veio através dele.  Ser artista na minha singela concepção é ser em primeiro lugar sensível aos outros, ao mundo que lhe cerca e a si mesmo. É observar como o mundo ao seu redor se comporta e de que maneira podemos encontrar a beleza num todo cinza. É observar a vida se movendo apesar dos pesares, adquirir o melhor dela e ao mesmo tempo, transformar o pior no melhor. Observar e concatenar ideias é o que mais faço e fiz. Pelo pouco extraio o muito que me concede o Universo.  Adoro filmes, gosto de ler, aprecio uma boa conversa (aquela que te deixa flutuando e entretida), gosto d

Santos gêmeos

A igreja católica desde 1969 considera hoje como dia dedicado à Cosme e Damião, pois no dia 27 é dia de São Vicente de Paulo. Na cultura popular e na minha concepção dia 27 é dia de Dois-Dois! Escrevo hoje porque amanhã o meu dia é cheio. Sempre fiquei em polvorosa em setembro. Desde criança "corri" atrás de doce (é assim que falamos no subúrbio). Dia 27 era o dia de não ir à aula porque passava o dia todo atrás dos saquinhos de doce. Cresci e com os primos mais novos, os acompanhava na "saga" dos doces. Hoje tenho o grande prazer de distribuir junto com minha mãe os saquinhos dedicados aos santos e as crianças. Ontem soube por ela, que quando ela não estiver mais neste plano terei que dar continuidade a essa tradição, seja lá onde eu estiver. Confesso que será um prazer. Adoro os Gêmeos! Hoje também seria o dia em que minha avó materna faria anos. Acho que ela foi um exemplo da ligação de Cosme e Damião e as crianças. Minha avó cuidou de muita criança enqu

Diáspora

Olá, hoje a minha postagem vai ser um pouco diferente. Tenho assistido muitos filmes legais recentemente pela Netflix. A empresa cada vez mais ganha força no mercado brasileiro, talvez no decorrer da semana fale sobre alguns filmes que vi. Mas hoje vai ser um pouco diferente: vou falar sobre música. Ontem coloquei em minha rede social que acordei com os versos de Castro Alves na cabeça: "Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?/Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes...", são os versos iniciais do poema Vozes d'África , um clássico do poeta condoreiro. Fiquei me perguntando sobre o porquê dos versos em minha mente, já que não tinha lido nada sobre ou a respeito do poeta na noite anterior... Mas como sou uma pessoa de crenças e de tentar interpretar tudo a minha volta, acredito que a mensagem pra mim está muito clara. Gosto do etéreo e do mistério que há. Tenho estudado muito sobre vários temas. Sou o tipo de pessoa que pesquisa aquilo que me aguça e

Um momento pode mudar tudo

Olá, hoje a minha postagem vem falar sobre um filme que nos dá aquela famosa porrada no estômago: Um momento pode mudar tudo . Com a ótima atriz Hilary Swank no papel principal.  O filme começa com uma mulher sensual  de 35 anos num casamento de 15 anos e que agrada ao seu marido em tudo. Em um determinado momento dá a entender que ela abandona a sua carreira como pianista para dedicar-se exclusivamente ao seu casamento. Um ano se passa e a doença ELA, já falei sobre em outra postagem. Pra quem não sabe ELA, significa Esclerose Lateral Amiotrófica. Já contei aqui que minha avó teve isso e na época ainda não se tinha muito estudo. A doença é degenerativa, mas seu cérebro continua funcionando. Até hoje não se sabe as causas da doença, mas sei o que ela faz com um ser humano. Minha avó passou dois anos em uma cama sem os movimentos. Essa doença vai se alastrando debaixo para cima e minha avó, mesmo doente, quando ainda tinha os movimentos dos braços, rezava meus cobreiros, por incrív

Lima

" Amam-se ou antes suportam-se melhor aqueles que se fazem célebres nas informações, na redação, na assiduidade ao trabalho, mesmo os doutores, os bacharéis, do que os que têm nomeada e fama. Em geral, a incompreensão da obra ou do mérito do colega é total e nenhum deles se pode capacitar que aquele tipo, aquele amanuense, como eles, faça qualquer coisa que interesse os estranhos e dê que falar a uma cidade inteira ". ( Triste Fim de Policarpo Quaresma , p.55) O trecho acima foi escrito por Lima Barreto, o homenageado pela Flip este ano. Adoro o Lima e tudo o que ele escreveu. Seu tom crítico, irônico, incomodava a todos de sua época. Lima incomodava por tudo: pela sua cor, pela sua escrita, pela sua capacidade de criticar, pela sua pobreza e pelo seu alcoolismo. Lima incomodava. E quando a gente incomoda aí é que surge o problema. Acho que essa homenagem da Flip veio tarde, mas antes tarde que nunca. De uma certa forma veio a calhar pelos assuntos que estão em voga

Palavras e Imagens

Recentemente vi o filme Palavras e Imagens . Foi lançado em 2013, mas tem dois atores que gosto muito: a sempre linda Juliette Binoche e o sempre galã Clive Owen.  Dois professores, ela uma renomada pintora que por uma razão de saúde vai parar numa escola secundária dar aulas de artes, ele um professor de língua e literatura inglesa. Cada um com seus dramas pessoais. A atração acontece em dado momento pelo embate ideológico de valorar aquilo que ensinam, então, resolvem colocar uma competição na escola para que seus alunos digam o que vale mais: Uma imagem ou a palavra? E aí o filme começa com sua grande força de ação e dramas.  Filme que faz refletir nesse mundo imagético em que vivemos, cujas palavras se perdem em meio a grandes impactos visuais. Onde um corpo moldado é mais venerado do que um bom papo e uma boa cabeça pensante. Onde a poesia da vida tá quase perdendo espaço na vida. Onde o Instagram é a bola da vez. O que vale mais? O quanto valemos? O que deixou passar, o

Merlí

Merlí é uma série produzida pela Netflix de 2015. Estou assistindo e adorando.  Merlí Bergeron é um professor de filosofia que de forma bem particular ensina a matéria um tanto complexa. Um dos seus mandamentos é de que a filosofia e os conceitos devem ser trazidos para a atualidade e para a vida cotidiana de cada aluno. Merlí é um professor peculiar e atuação do ator Francesc Orella faz com nossa atenção se prenda aos temas de cada episódio.  A série aborda o mito da caverna mostrando o drama de um aluno que não sai de casa, assim também, aborda um problema cada vez mais presente: o isolamento dos jovens neles mesmos, principalmente, por conta da internet. Aborda Maquiavel e as questões éticas. Os peripatéticos, a homofobia entre os jovens, o bullying ( com uma jovem acima do peso), a desatenção dos pais com os filhos e etc. A série traz a filosofia no que ela se propõe: a reflexão. Na minha pretensiosa visão, ouso dizer que o professor se assemelha muito ao personagem U

A linha e o linho

Recentemente chegou em minhas mãos, da forma mais inusitada, separando roupas para um bazar, um pedaço de tecido com o seguinte bordado: " É a sua vida que eu quero bordar na minha como se eu fosse o pano e você fosse a linha" (Gilberto Gil). Olhei aquele pedaço de pano sujo e com o cheiro de guardado e a emoção fez tirar um sorriso do meu rosto. Guardei comigo.  A vida é bem isso mesmo, os bordados que vamos acumulando num grande pedaço de tecido. Um tecido infinito e que de uma hora para outra pode ser cortado. Precisamos escolher bem a linha que iremos bordar neste imenso tecido, selecionar a agulha certa para as tramas do tecido, as cores da linha, os desenhos, as palavras e o que pretendemos com aquilo. Bordar é algo bem meticuloso. Requer muita atenção, muito carinho, dedicação, amor mesmo... é uma arte que fazemos com as mãos, cada bordado é único. Tem seu valor. Bordamos para nós, para o outro, para os outros e vai ganhando destinos diferentes... Os que fizem

Joy

Recentemente vi o filme Joy: o nome do sucesso . Adorei! Sabe aquela pessoa que até uma etapa de sua vida tudo foi um fracasso? Nada deu certo? Aquela pessoa que foi engolida por uma família completamente desestruturada emocionalmente? Que carregava todos nas costas? Que teve a vida sugada por todos, inclusive os seus, no que se referia aos seus sonhos e desejos? Que ainda tem um risco de ficar sem onde morar? Pois é, essa é a Joy.  Não vou contar como é o filme, mas o elenco é de primeira. Tem uma bela atuação de Robert De Niro, sempre o melhor; da sempre linda Isabella Rosselini, Bradley Cooper sempre com seu charme e uma surpreendente Jennifer Lawrence (no papel principal). Joy é uma grande lição de superação em todos os sentidos. Acima de tudo é uma bela análise de perfis psicológicos existentes nessa louca vida. Joy não é um filme doce, aliás é bem amargo, ao meu ver. É uma história de decepções, frustrações e medos. Desde a infância a personagem é marcada pelos dissabore

O que há de ser?

Decidi escrever sobre algo que presenciei semana passada, poderia ficar só comigo, porque muitos, talvez, achariam irrelevante, mas meus textos são uma forma de explanar o que sinto e retirar de minha cabeça alguns fantasmas. Semana passada estava numa loja de departamento bem conhecida tentando retirar uma segunda via de boleto no atendimento ao cliente. Até aí tudo bem, estava numa pequena fila quando me deparei com uma jovem, não consegui ver seu rosto direito, pois estava de costas, do outro lado do salão, mas seu timbre de voz me chamou a atenção, ela pedia para que o seu  interlocutor desse uma força porque ela estava precisando trabalhar, fazia faculdade à noite e pediu com gentileza que desse uma avaliada no currículo dela. Ela me parecia bem sincera e educada, o homem disse que tudo bem que iria fazer o possível, até aí, nada demais certo? Pois é, quando a moça saiu, eu me virei e olhei, o rapaz estava falando com uma outra funcionária o seguinte: “Tá doido eu dar emprego

A cabana (o filme)

Há algum tempo, escrevi sobre o livro A cabana de William P. Young. Hoje escrevo sobre o filme baseado no livro. Prometo que não contarei tudo do filme, afinal nem tem como. Não há necessidade de ler o livro para compreender o filme, é bem palatável, mas ler o livro robustece a obra cinematográfica. Gostei do resultado. O filme, assim como o livro não fala em religião e sim da fé, e sim no confiar = fé.  Acredito em Deus, ou seja lá o nome que tenha, que no meu entender é uma força que não podemos contabilizar em números e que está em toda parte. Inclusive dentro de nós. Sabe qual a coisa bem marcante que o filme deixa claro é que nós nunca acreditamos nisso. Não acreditamos nessa força, nessa energia. O filme traz á tona a questão do julgamento que sempre estamos dispostos a fazer, em tudo. Sempre lembramos de Deus quando acontece algo de ruim cuja a culpa nós achamos que sempre é dele e esquecemos de analisar toda uma conjuntura para que o mal se fizesse. Gosto muito da man

Touch

Neste momento acabo de assistir ao segundo episódio da primeira temporada da série Touch . Estou muito emocionada.  A série é de 2012 e conta a história de um menino autista que se comunica através de números com seu pai e com o  mundo que o cerca. Porém, é mais. Já escrevi aqui no blog sobre a sequência de Fibonacci, pois então, a série é toda baseada nessa sequência. Somos todos interligados ao Universo, com um propósito, por uma causa e que as pessoas se cruzam por conta disso. O que mais me espantou foi a sutileza e a clareza da série em explicar através de combinações matemáticas, a sequência Fibonacci, as leis de causa e efeito. Excelente. Os dois episódios que vi, foram bem densos de significados, principalmente para mim. O segundo episódio, então, me deram a certeza de que: estamos numa sequência universal. Acredito mais que nunca. O segundo episódio, fala de amor, segunda chance, lei de causa e efeito, solidão e escolhas. Tudo isso num único episódio. Chorei gente.  N

Vamos em frente!

Tenho pensado ultimamente sobre a responsabilidade que cada pessoa tem com o mundo em que vivemos e como isso influencia diretamente o nosso redor. Tô cada vez mais assustada.  A atitude de uma única pessoa pode influenciar e mexer diretamente com destino de outras tantas. Uma atitude egoísta, arbitrária, imprudente, cega de uma só pessoa pode desarrumar a vida de outras tantas pessoas, de uma família e assim vai, como uma bola de neve, gerando uma reação em cadeia. Pessoas que têm o poder nas mãos usaram a sua arbitrariedade para definir o destino de outras tantas pessoas, povos, civilizações, em nome de mais poder, capricho, loucura e por aí vai. A História está aí com inúmeros nomes que foram capazes destruir sonhos, famílias, cidades, civilizações e etc. Não vou citá-los, porque é relembrar uma parte muito dolorosa e só a menção do nome é prejudicial... Volto o olhar para nossa esfera particular, quanta coisa, bizarra vem acontecendo. Como a decisão de uma única pessoa

Instituto Pretos Novos

Quem acompanha meu blog sabe que aqui é a forma de exposição das minhas ideias, da minha reflexão de mundo e das coisas que acontecem na minha vida. Nesta postagem vou falar de um lugar localizado na Zona Portuária do Rio de Janeiro que está prestes a fechar suas portas por falta de patrocínio: O Instituto Pretos Novos (IPN). Muitos talvez nem saibam que ele existe e muito menos o que são "pretos novos". O Instituto nasceu após os achados das ossadas numa reforma de uma casa aparentemente normal, na Rua Pedro Ernesto número 32, na Gamboa. Os pedreiros, ao mexerem no piso da residência, encontraram diversas ossadas, a princípio, pensaram-se muitas coisas, até a polícia foi acionada, até que depois do contato com alguns pesquisadores e com o IPHAN, o mistério foi solucionado: ali ficava o antigo cemitério dos chamados Pretos Novos. E o que são Pretos Novos? Os Pretos Novos foram negros escravizados trazidos da África nos navios negreiros, também chamados de tumbeiros,  que

Renascer das cinzas

Escrevo hoje quarta-feira de cinzas. O carnaval teoricamente acaba hoje e muitos dizem que o ano começa agora. Quem acompanha meu blog sabe que para a astrologia o ano de 2017 começa a partir de 20 de março. Então, de fato, o ano começa em março. O carnaval deste ano foi atípico, em todos os aspectos. Nunca vi tanta coisa bizarra na Avenida, mas também vi muita coisa bonita. Engraçado que muitos dos enredos falaram de coisas que tenho aprendido há mais ou menos um ano. Coisas do meu aprendizado pessoal que ficarão para a vida. As escolas de samba, como sempre, cumprindo seu papel de informar e de arrepiar quem gosta de samba e carnaval. Este ano não desfilei, mas pretendo ano que vem estar mais perto da folia e dos desfiles, se assim o Universo permitir. Mas, também o carnaval proporcionou dores. As dores nos fazem perceber que somos fortes, apesar das lágrimas e que temos a capacidade de superá-las. Tenho absoluta certeza que as pessoas que sofreram com este carnaval superarão su

A festa do Momo

Carnaval está aí na porta. A batucada já vai começar. Os blocos já estão na rua e os desfiles das escolas de samba em breve estarão na Sapucaí. Carnaval é o momento de esquecer os problemas e cair na folia. É assim que todos pensam, mas ontem fui num bate-papo sobre Carnaval e Literatura promovido pelo Departamento de Letras da UERJ, e um dos debatedores era o historiador Luiz Antônio Simas e num dado momento ele menciona que "quem pensa que carnaval na Sapucaí é a desordem está enganado" emendou dizendo que poderia dividir o carnaval do Rio em "Oxalufânico e Exusíaco". Achei o máximo essa colocação. Que o carnaval Oxalufânico seria o carnaval da Sapucaí com toda ordem e regra que o velho orixá impõe e o das ruas seria o Exusíaco com o improvável e a desordem, porém, ele completou: "Exu também coloca na linha quando tem que ser colocado". Fiquei pensando nessa colocação e corri pra pesquisar o itã de Exu e sua relação com Oxalá. No livro de Reginaldo

Prece

Poucos sabem do poder de uma prece. Sim isso, rezar. Sou uma pessoa espiritualista. Acredito em vida pós morte e em espírito. Não acho que morreu acabou. Lidar com a morte é complicado, mas aprendi desde cedo quem é ela. E desde cedo aprendi a rezar. Rezar não é fazer orações decoradas automáticas. Rezar é uma forma de meditação. Não posso dizer que sou uma expert para explicar cientificamente do poder da prece para si e para o outro a quem dedica, mas vou falar da minha vivência. Estar em prece é dialogar com seu interno, de forma natural. É confiar que existe uma força geradora que a medida que você emana vibrações eletromagnéticas positivas, aquilo ganha força. Fazer uma prece é dar-se ao outro, é doação. É parar alguns minutos e dedicar seu pensamento ao outro de forma positiva, aí sua energia encontra-se com a energia do Universo chegando nas vibrações do outro. Fazer uma prece com amor então, é duplamente bom. Aquela energia boa, iluminada, volta pra você. Isso não tem relação

A mãe de todas as cabeças

Ela é a mãe de todas as cabeças. Seu ventre teve a abundância da maternidade. Seus seios são fartos e robustos. Seu comportamento é de austeridade, mas com doçura. Ela tem o amor do criador. Carrega a força dos oceanos, das ondas e de todos os habitantes das profundezas. Ela traz a vida consigo e a fartura dos peixes. Ela se adorna com pérolas e é vaidosa. É tida como rainha e mãe. Curou seu filho adotivo de suas feridas com a água salgada, deu a ele suas pérolas para enfeitá-lo e torná-lo bonito, depois que seu corpo ficou com cicatrizes. Ela acolhe a todos, dá colo, mas quando precisa puxa a orelha e se agiganta ao dar um sermão. Suas águas são curativas  levam todo o mal com elas, suas águas purificam... Ela pode ter vários nomes e também em terras muito distantes é senhora dos rios. Suas cores são azul claro, branco e verde claro. Seu dia da semana é sábado, mas como toda mãe sempre podemos conversar a qualquer hora. Falar sobre ela é matéria longa, só quem a tem como conselheira

Oxóssi-Odé

Era uma vez um rapaz ágil que vivia com sua mãe e com seu irmão. Esse cultivava o campo, aquele trazia a caça. A casa deles era farta, porém, sua mãe tinha maus presságios e foi consultar um grande oráculo. O oráculo disse que proibisse seu belo filho, o caçador, de ir para a floresta caçar, porque o Rei da floresta, o conhecedor dos segredos das folhas, poderia o aprisionar. A mãe disse ao filho que não fosse mais a floresta. Ele por sua vez, muito senhor de si, rejeitou os apelos da mãe e continuou caçando na floresta. Um dia, o jovem rapaz encontrou o Senhor da floresta, esse lhe deu uma bebida que o fez perder a memória. Com isso, o caçador ficou morando na mata. O irmão que cultivava o campo, não se conformava com o sumiço de seu dileto irmão e foi a sua procura. Não descansou em sua procura. Tanto fez que o achou. Trouxe, finalmente, o irmão para casa, porém, a mãe, brava, não perdoou o filho desobediente e não quis mais recebê-lo. O jovem caçador voltou para a floresta onde mor

Bauman

Zygmunt Bauman morreu ontem. Filósofo polonês radicado na Inglaterra foi um dos grandes pensadores do século XX. Pensou a sociedade como um todo e difundiu a tese de que tudo na modernidade é líquido. Não sou uma expert em Bauman, mas li dois livros dele: Modernidade Líquida e Amor Líquido . Acho fundamental qualquer ser inserido numa sociedade, ler Bauman. E seu conceito de liquidez está muito atual. Se alguém quiser conhecer mais um pouco é só ler seus livros e assistir ao que falam sobre ele no youtube. Vivemos numa sociedade líquida, onde hoje tudo é descartável, nada permanece. Tudo que envelhece não serve, tudo que dura é chato e precisa ser trocado. As relações são assim, casa-se pensando em separar, namora-se pensando nas outras (os) que vão deixar de "pegar". E aí se a relação tá meio lá meio cá, "pula-se uma cerca" para sair da mesmice, mas não há espaço para conversar, para uma terapia de casal, para crescer juntos enquanto seres humanos, enquanto pe

Mudar para melhor

Amanhã faz uma semana que o ano mudou. E esta é a minha primeira postagem de 2017.  Na verdade eu tenho uma lista de coisas que quero que aconteçam neste ano para mim. Vou revelar apenas uma: que eu continue ampliando a minha forma de olhar o mundo. Não quero ficar empedrada.  Existem pessoas que passam por tantas coisas na vida e tiram inúmeras lições positivas a respeito daquilo que passaram e mudam (para melhor). Pois não há como passar por coisas tão sérias e continuar sem enxergar um palmo diante do nariz. Essa semana me disseram para ser menos reflexiva e mais focada. De fato tenho um problema sério em ser focada, sou geminiana, ora bolas. A minha reflexão serve para que eu questione meu modo de ver o mundo, as pessoas e a mim mesma. Fico muito chocada quando converso com alguém que passou por uma fase difícil na vida e a pergunto: O que mudou na sua vida, no seu modo de ver o mundo? O que aprendeu com isso? Aí a pessoa titubeia e não sabe o que responder... É sinal que