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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Predador

Quando vi já estava consumado. Um gavião havia abatido um pardal e estava no galho do meu cajá a depenar cuidadosamente a presa. O gavião era lindo, imponente, suas garras eram gigantescas, suas penas de cor marrom lustrosas, seu bico adunco ofereciam a imagem perfeita do Predador. Ao me deparar com a cena tive um pouco de medo, mas a atração e beleza do momento me capturavam. Aquilo era a verdadeira execução da cadeia alimentar: predador e presa, juntos ali aos meus olhos. Pensei que os predadores fossem logo comendo a sua presa depois de abatidas, não. Eles a preparam primeiro. Pelo menos o gavião foi depenando meticulosamente o peito do pardal, para depois dar a bicada inaugural. Ao perceber que estava sendo observado, foi embora, devorar seu banquete num lugar mais privado. Em quais momentos somos presa ou predador? Quando abatemos e somos abatidos será que nos expomos? Comeremos ou seremos comidos em locais privados, longe dos olhos inquisidores? Há de se pensar...

Om Namah Shivaya

Om  monossílabo mais carregado de sentido na tradição hindu. Significa o som primordial inaudível, som criador a partir do qual se desenvolve a manifestação, a imagem do Verbo . É o Imperecível, o Inesgotável. O som Om   divide-se em três partes: A, U, M (Aum) que regem listas ternárias. Por exemplo: três estados do ser (vigília, sonho e sono profundo); três mundos (céu, terra e atmosfera); três estados da manifestação (grosseiro, informe e sutil); três elementos (fogo, sol e vento), três períodos (manhã, meio-dia e noite); três deuses (Brama, Vixenu e Xiva); três poderes (ação, conhecimento e vontade), e assim por diante. Xiva/Shiva é um dos deuses hindu, participante da Trimurti, onde Brama é o criador, Vixenu, o preservador e Shiva, o destruidor. Segundo a mesma tradição, Shiva, destrói para construir algo novo, ele tem o poder da transformação, da renovação.  A primeira representação do deus foi datada em 4000 a .C. na forma de Pashupati (senhor dos animais). Em sua ilustraçã

Black Swan

O ser humano é capaz de atingir a perfeição? Existe perfeição? Como o ser humano lida com as cobranças internas e externas? Essas são algumas das perguntas que surgem quando se assiste Black Swan . Black Swan  é o novo filme de Darren Aronofsky. È a história de uma bailarina, Nina (Natalie Portman – em mais uma brilhante atuação), que se vê diante do desafio de protagonizar o balé O Lago dos Cisnes . As pressões do diretor da companhia, Thomas (Vincent Cassel), em fazer uma nova interpretação do clássico de Tchaikovsky, faz com que Nina, desenvolva transtornos de personalidade. A bailarina fica obcecada em fazer movimentos perfeitos e assim se livrar da sua principal rival, a bailarina Lilly. O filme é uma mistura de suspense, drama e terror. O final surpreende e vale a pena assistir. Hoje há uma febre pela “tentativa” da perfeição. Silicones, botox, lipos, competência no trabalho e nos estudos, a busca pelo par ideal, a tentativa em sermos melhores filhos(as)... todos temos u

Avessos

Andei sumida. Fui pega por avessos da vida. Alguns desses avessos nos fazem parar, refletir, reorganizar, tentar uma mudança, tentar um novo começo ou recomeço. Esses avessos fazem em geral, que procuremos saídas e respostas na tentativa de entender o porquê de tamanho rebuliço em nossas vidas. E nesse caminho do entendimento chegou até mim uma oração do Pai Nosso que compartilho com vocês. Uma boa semana a todos. PAI NOSSO CONSCIENTIZADO Será inútil dizer, PAI NOSSO, se em minha vida não ajo como filho de Deus, fechando meu coração ao amor. Será inútil dizer, QUE ESTÁS NOS CÉUS, se os meus valores são representados pelos bens da terra. Será inútil dizer, SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME, se penso apenas em ser cristão por medo, superstição ou comodismo. Será inútil dizer, VENHA A NÓS O VOSSO REINO,  se acho tão sedutora a vida aqui, cheia de supérfluos e futilidades. Será inútil dizer, SEJA FEITA A VOSSA VONTADE, se no fundo desejo mesmo é que todos os meus