Sempre vivi cercada de livros, filmes e músicas... Quando criança Tinha um avô que de certa forma me proporcionava isso, nunca fomos ricos, mas ele era um sujeito bastante inteligente. Não sei qual foi a parte e o porquê dele se entregar a bebida e desistindo de sua vida , sonhos e de sua família. Minha estada com ele nesse plano foi por 11 anos, mas minha iniciação ao mundo das artes e do gostar disso, veio através dele.
Ser artista na minha singela concepção é ser em primeiro lugar sensível aos outros, ao mundo que lhe cerca e a si mesmo. É observar como o mundo ao seu redor se comporta e de que maneira podemos encontrar a beleza num todo cinza. É observar a vida se movendo apesar dos pesares, adquirir o melhor dela e ao mesmo tempo, transformar o pior no melhor. Observar e concatenar ideias é o que mais faço e fiz. Pelo pouco extraio o muito que me concede o Universo.
Adoro filmes, gosto de ler, aprecio uma boa conversa (aquela que te deixa flutuando e entretida), gosto da arte de ficar "presa" a um bom papo. Lembro que com meu avô ele nos prendia com seus assuntos de Segunda Guerra ou falando dos filmes, de suas viagens e de livros. Não era um sujeito perfeito, tinha muitos defeitos, não foi um bom marido, analisando com olhos bem adultos, mas não sei como isso se deu. Por conta dele cresci com a ideia de não ter uma vida pautada na mesmice, sempre quis viajar, conhecer gente interessante, escrever, atuar e fazer da arte uma bandeira de vida, de luta. Cheguei um período em planejar tudo isso e começar a concretizar, porém, a vida vai levando por outros caminhos... mas continuo, dentro de mim gostando das sutilezas e acreditando no meu propósito.
E por falar em sutilezas acabei de ver um filme produzido pela Netflix chamado Nossas Noites. Com o eterno galã Robert Redford na sua velhice plena e vigorosa e a linda Jane Fonda com sua beleza própria da sua idade sem esconder suas rugas e cabelos brancos. Eles envelheceram e contracenaram de acordo com as questões de suas idades. O tema central do filme é: conversar. Ambos viúvos se propõem a dormirem juntos apenas para conversar e saber um pouco mais um do outro. O filme é sutileza pura, num mundo onde mal se conversa frente a frente. Achei lindo o trecho em que ela pergunta: "Existem coisas que não conseguimos consertar. O que devemos fazer sobre isso? E ele responde: "Podemos tentar conversar."
Continuo no time a favor, dos papos interessantes, inteligentes, bem humorados e nos que tentam consertar.
Até!
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