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Mostrando postagens de 2011

2011/2012

Última semana do ano. Todos correm para mandar mensagens agradecendo o ano que finda e celebrando o ano que está por vir. A mim não resta outra coisa além de engrossar o coro. Sou muito grata ao ano de 2011. Vai ficar guardado na memória e no coração. Fiz coisas que nem esperava fazer. Foi um ano transformador e evolutivo. Ano de aprender a exercitar a paciência e fazer dela minha aliada. Ano de realizações, muitas. Ano de quebra de paradigmas. Ano das novidades.  Ano de alimentar sonhos... O ano de 2012, segundo o Horóscopo Chinês, será o ano do Dragão. É o ano de arregaçar as mangas para todos os projetos grandiosos, estimulantes, colossais, excessivamente ambiciosos e audaciosos. O Dragão tende a inflar todas as coisas deixando-as do tamanho maior do que o normal. Prudente não fazer uma avaliação exagerada nossa e de nossos potenciais, já que tudo vai parecer melhor do que é na realidade. O ano do Dragão será bom para os negócios e o dinheiro será obtido com facilidade. Po

Expectativa

Pois é minha gente já estamos no último mês do ano. Dezembro chegou. O ano passou rápido, aliás, o tempo vem se esvaindo. A maioria aproveita, este momento do ano, para fazer balanços da vida e planejar ações para o próximo ano. Outras apenas encaram o mês como mais um. Na verdade sempre temos expectativas.  O ser humano é dado às expectativas. Difícil controlá-las. Quase impossível. Por mais que alguém nos diga que não as têm, mente. A expectativa se esconde lá no fundo e quando menos se espera, ela surge. A expectativa, segundo o dicionário Houaiss, é um substantivo feminino que significa a “espera fundada em probabilidade”. Assim sendo, não há certeza. Aquilo que esperamos pode dar certo ou errado (os dois têm a mesma percentagem, tanto pro erro quanto pro acerto). O filho(a) que nascerá, o novo emprego, um novo amor, uma roupa nova, um carro novo, a nova casa, a viagem desejada, tudo isso e muito mais é carregado de expectativa. O novo causa expectativa. Acho muit

A Árvore da Vida

“Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Dize-mo se tens entendimento. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem lhe assentou a pedra angular, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus? (Jó, 38:4,7- O Senhor convence a Jó de ignorância) Assim começa o filme A Árvore da Vida de Terrence Malick, com versículos do Livro de Jó. Jó era um rico proprietário de terras; homem íntegro e reto, temente a Deus e sempre se desviava do mal. Até que Satanás propõe a Deus tirar todos os bens de Jó a fim de que este ratifique a sua fé. Deus então, confiante na fé de seu filho, retira todas as bênçãos de sua vida. Jó passa por provações das mais diversas, porém, permanece com sua fé. A abertura do filme com o livro de Jó dá o caminho o qual irá seguir. A história de uma família, temente a Deus, que com a perda de um ente amado, questi

Poesia 3

Não tenho muito o que dizer esta semana. Quando não temos algo a dizer, o melhor é calar. Calada estou, em meus pensamentos e quando me calo fico com meus livros. Então, resolvi postar um poema que não foi escrito por mim, mas por Lya Luft. Não mais dizer adeus (Lya Luft) Meu reino é o do silêncio, mais que o das palavras. Nele tudo pode ser dito e desinventado: as entrelinhas transbordam dos meus contornos. Minha alma, guerreira ou mendiga, inocente menina ou bruxa perversa, faz dessa teia de caos e luz uma viagem com sempre um novo ponto de partida. E desenrolada infinitamente o teu nome, que é todos os nomes, e não é miragem: Vidaminhavidaminhavidaminha... (E nunca mais ter de dizer adeus.)

Nos braços de Klimt

Ele a tinha nos braços. Ajoelhados os dois sabiam da fortaleza de seu amor. No entrelaçar dos corpos pareciam siameses. As mãos dele seguravam o rosto dela delicadamente dizendo: tu és minha. A face dela, enrubescida, dava a dimensão do quão quente era o beijo dele.  Ele por sua vez ao beijá-la escondia o rosto entre seus cabelos. Cabelo este coberto de flores. Com rosto sereno, ela, vertia todo o seu prazer. As peles se contrastavam. Ela, com sua pele alva e lábios marcados de vermelho, parecia uma gueixa, cujos dedos agarravam a nuca de seu amo. Ele na maior parte quadrado e ela círculo. Símbolos geométricos contrários, mas em perfeita sintonia. Em volta toda a discrição do tom pastel. O casal está sobre base bem colorida e alegre. Quem os admira pode ter um pouquinho de inveja caso não tenham um amor como o deles. Gustav Klimt, (1862-1918) pintor austríaco, foi um dos fundadores do Movimento de Secessão de Viena. Esse movimento recusava toda a tradição acadêmica das artes. Kli

Vampire

Eu acredito em vampiros. Não os de filmes de terror. Acredito na existência de pessoas vampirescas. Vampiros são todas as pessoas que sugam a energia do outro. Não só a energia, mas os sonhos, as esperanças, a vontade de viver, o tempo... O vampiro está sempre à espreita, esperando o momento certo de dar a mordida fatal. Trazendo a vítima para seu mundinho sombrio. Tornando-a dependente e sem vida. Os vampiros estão em todos os lugares. São muito perspicazes. Possuem diversas formas. Aparecem como seu colega, seu parente, seu namorado(a), seu marido/esposa, seu vizinho, seu chefe... Como nos defender de pessoas vampirescas? Carregando alho, estaca e água benta? Ou se tornando um Van Helsing? Não sei. Arrisco dizer que a grande defesa seria o bom-astral. Mas os vampiros, no geral, atacam justamente as pessoas de bem com a vida. Isso porque os vampiros são, na verdade, mal resolvidos, amargos, recalcados e toda aquela imagem sedutora e segura que apresentam, não passa

Saias pregueadas

Chove no Rio e esse tempo me permite vasculhar guardados e tentar compartilhar com vocês. Então, resolvi postar um texto que escrevi em 2006. Sigo ouvindo as preciosas músicas de Cartola. Uma boa semana a todos. Saias pregueadas (Luzia Rocha - 31/01/2006) “Foi-se o tempo em que usávamos saias pregueadas!”, pensou ela ao observar as meninas indo para escola. Judite morava em Copacabana na esquina da Rua Duvivier com a Rua Barata Ribeiro num apartamento de dois quartos, sala, banheiro, dependências e cozinha de pastilhas. Judite gostava das mesmas coisas há anos. Não admitia que ninguém movesse um objeto de sua casa sem seu consentimento. Seu sinteco era perfeito, tapetes, móveis pesados, escuros (cheirando a óleo de peroba), paninhos de crochê, espelho emoldurando a sala de jantar, cortinas de trilho com voil e cristaleira. Na sala, ostentava um oratório com a imagem barroca de Nossa Senhora do Bom Parto que fazia questão de emprestar a toda moça conhecida que ia parir.

Querer e respeitar

Querer é um verbo que significa desejar, pretender ou pode significar exigência. Respeitar também é um verbo que significa temer, acatar, cumprir, concernir. Será que aquilo que eu quero pode ser respeitoso? Aquilo que o outro quer pode me respeitar? O meu desejo, geralmente, confronta com a expectativa do outro. Tenho minhas dúvidas se o fato de desejar algo intensamente em determinados momentos pode ser uma forma de desrespeito. Às vezes o que é respeito para mim é desrespeito para o outro. O meu querer é o não querer do outro e vice-versa. Sei que querer é uma palavra muito forte assim como suas conjugações. É verdade que o meu querer tem andado um pouco como as marés e o meu respeito anda sempre nas alturas, porém, não ouso ter o poder sobre elas no outro. O que eu posso é tentar tê-las em meu poder e dispô-las da forma que me convier.     Em certos momentos o meu acatar fala mais alto, em outros o meu concernir é mais intenso. Mas tenho ligeira impressão qu

Eu que coso

Acho que estou com o nervo da minha sola do pé torcido, na região do calcanhar. Pra completar tive uma indisposição alimentar esse final de semana. Tô na base da dieta. Não aguento mais comer batata. Fechando com chave de ouro: tô de TPM. Enfim, tudo maravilhoso pro meu lado. Acordei pensando nas minhas duas avós: Francisca e Emma. A primeira, se viva, faria hoje 85 anos. A segunda, por causa do meu nervo torcido. Infelizmente as duas já não estão mais em minha convivência. Sou adepta a crendices. Gosto muito de tradições populares. Cresci no meio de crendices. Quando criança sempre era levada pra ser rezada. Hoje não se encontra mais rezadeiras ou benzedeiras, pelo menos, onde eu moro. Se minha avó Emma fosse viva, daria um jeito no meu nervo torcido. Ela sabia rezar nervo torcido e cobreiro. Era tiro e queda. Pegava agulha virgem, linha, uma bacia d´água e dentro um pote de barro. Começava a rezar e como num passe de mágica a água entrava no pote de barro e o nervo curava.

Feliz Aniversário!

Há exatamente um ano este blog foi criado. Hoje ele completa um ano de existência. É apenas um bebê. Precisa ainda do meu colo, do meu olhar atento. Ainda usa fraldas. Está na fase das gracinhas, das pirraças e ainda chora. É um chorão. Resolvi pari-lo no momento certo. É um filho amado e querido. Idealizado por anos. O medo fazia com que eu protelasse minha gestação. Uma gestação longa, difícil, arriscada, mas que, com muito orgulho, fui capaz de seguir adiante e parir sozinha. Hoje meu filho, apesar de ainda pequenino, desperta emoções, dores, alegrias, sorrisos, curiosidades, surpresas, encantos e desencantos. Meu filho gosta de música, histórias de reinos distantes, história de gente comum e é um grande apreciador da sétima arte. Adora brincar e sei que será um bom orador, já que frequentemente tenta dialogar comigo, mesmo utilizando sílabas precárias.   As visitas ao meu filho são constantes. E ele, à medida que as recebe, esboça um grande sorriso. Eu como

A vocês: jovens poetas

Descobri Cartas a um jovem poeta , do escritor Rainer Maria Rilke, através de uma entrevista de uma promissora cantora em 2006. Desde então, é o livro que “vira e mexe” está em minha cabeceira. O livro que possuo, cheio de marcações e observações, é da editora L&PM. Livro pocket, contém apenas as cartas de Rilke para o jovem e aspirante poeta Franz Kappus. Apesar de ser pocket, o livro carrega um gigantismo em suas páginas. Kappus é um jovem que vive um dilema: seguir a carreira militar ou enveredar-se pelo caminho das letras. Em virtude disso, começam as trocas de correspondências com o já renomado poeta Rilke. Estabelece-se então um diálogo, na verdade, diria um monólogo (se é que posso chamar assim) de aconselhamentos para o jovem aspirante. Questões tais como: arte de escrever, crítica literária, poesia, viver artisticamente, paciência, amor, sexo, estabilidade, maternidade, seres humanos, solidão, Deus, enfim, algumas que puderam, a princípio, ser enumeradas, rondam o uni

A Missão

The Mission (A Missão) é o filme inglês de 1986, dirigido por Roland Joffé. Conta a história da Missão Jesuítica na América Latina no ano de 1758. O elenco conta com Robert De Niro, Jeremy Irons, Liam Nesson, Aidan Quinn, entre outros. Rodrigo Mendoza (Robert De Niro) é um mercador de escravos que após matar seu irmão mais novo (Aidan Quinn), num duelo, resolve, como penitência, entrar para a Companhia de Jesus. Padre Gabriel (Jeremy Irons), é o responsável por uma das missões jesuíticas na Bolívia. Capitão Mendoza fica subordinado ao padre e assim, parte para a floresta em busca de sua jornada pessoal. Mais tarde se converte a ordem e luta, literalmente, em favor da permanência da Missão Jesuítica no país.        A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loyola no ano de 1534. Era composta em seu início por estudantes universitários da Universidade de Paris. Seu lema era: Ad maiorem Dei Gloriam (Para a maior glória de Deus). Na América Latina os jesuítas eram contra a escr

24

Gosto de símbolos. A humanidade ao longo do tempo os utilizou para contar sua história. Os números têm seu significado, sua simbologia. Já falei aqui sobre o numeral 12, agora vou falar do numeral 24. Segundo os simbologistas Jean Chevalier e Alan Gheerbrant, esse numeral representa a dupla harmonia do céu e da terra, a dupla plenitude sagrada da peregrinação temporal e da vida eterna. O número 24 combina individualidade consciente com o Cosmo desenvolvendo assim, uma completa harmonia. Representa ainda o conjunto das forças humanas e a soma das substâncias originais. O número ainda divide-se em cinco elementos, cinco sentidos, cinco órgãos de ação, os cinco objetos conhecidos por esses órgãos de ação, aos quais acrescentam-se: o Mental, o Intelectual, a Individualidade e a matéria original pré-cosmica (Prakriti). Gostei de conhecer o número 24 e todas as suas implicações em minha vida. Exerci a minha individualidade consciente e harmonizei com o meu Cosmo. Exercitei meus sent

Aluga-se uma quitinete moderna

Vi uma placa presa a um poste na qual dizia: Aluga-se uma quitinete moderna. O que seria uma quitinete moderna? Seria uma quitinete reformada? O que caberia numa quitinete além de uma geladeira, um fogão e um microondas?   Espaço, todos queremos um. O ser humano é um ser espaçoso por natureza. A famosa frase: “não invada meu espaço”, não deixa dúvidas de como é importante o espaço para o homem. Não se deve invadir, usurpar o espaço alheio. A pena máxima quando alguém comete um ato infrator grave é a prisão, o confinamento. Restringe-se o espaço. O espaço também é restrito numa quitinete. Alguns moram por necessidade, outros por economia, outros para exercitar sua independência, outros pela comodidade, entre outros fatores. Mas não existe a perda da liberdade. Pelo contrário, há uma liberdade em demasia.   Cada quitinete adquire o formato de seu dono. Aí a identidade da quitinete. Pode-se ter uma televisão pouco usada, uma sapateira velha, livros e cds empilhados, p

Disparate de medo

Recentemente vi uma gravura de Francisco de Goya, chamada Disparate de medo . A gravura mostra soldados aterrorizados daquilo que parece ser um fantasma. Disparate é algo destituído de razão, um despropósito, um absurdo.   O soldado com sua “falta de razão” deixa que o medo tome conta transformando aquilo que é pequeno na sua realidade, em algo gigantesco. O medo tem a façanha de se travestir habilmente. Ele tem o aspecto que nossa mente é capaz de idealizar. Mas ter medo é completamente normal. Ele nos é inerente. Eu tenho alguns medos. Medos que se agigantam e ousam tomar forma. Ter medo é louvável, ruim é não ter medo. Será que meus medos me fazem cometer disparates? Ou os meus disparates me impulsionam a combater o medo? Acredito que a saída de “combater” o medo, seria tirar as vestes que o torna gigante, bater um papo descontraído e fazer um acordo de boa convivência, para que eu, mesmo acuada, não fuja. (Francisco de Goya - 1815)            

O Leitor

Como minha semana será corrida, compartilho com vocês um texto que escrevi em setembro de 2009. Desejo uma semana de muita leitura. O Leitor (20/09/2009)          Assisti ao filme O Leitor , baseado no best-seller de Bernhard Schlink, esta semana. Apesar de já ter lido críticas a respeito, o assisti sem muita pretensão.  Confesso que não chorei. Sou uma manteiga derretida e tenho um método particular de crítica: o filme que em mim provoca o derramamento de lágrimas cumpre o seu papel (provoca a catarse) aí, considero-o bom. O Leitor foi um caso à parte, não verti uma lágrima sequer, porém, nem por isso o filme deixou de cumprir seu papel. A história se passa em Berlim no ano de 1959 e o enredo é basicamente este: um garoto de 15 anos descobre a vida sexual nos braços de uma jovem senhora que em troca o pede para ler histórias em voz alta. O garoto passa a ir à casa da jovem senhora todos os dias após a escola exercitar seu sexo e ler. Os encontros ocorrem durante o verão

Questões a meditar

A cada dia tento me tornar uma pessoa interessante. Interessante é aquele, segundo Houaiss, que provoca interesse de, a curiosidade de. Mas também quero ser interessante pra mim. O meu interessante é diverso. Interessante é a forma como eu me conscientizo dos erros cometidos, das minhas fraquezas como ser humano, da minha imperfeição, até porque, não sou uma máquina. Sou um ser. Articulo o pensamento e isso me dá grandes chances de cometer erros e alguns prováveis acertos. Venho aprendendo a cada dia que a grande força é saber quem somos. É saber meditar e até mesmo medir palavras e atitudes. Isso é evoluir, é caminhar pra frente. A ignorância nos cega, mas a partir do momento que você se esclarece, não se pode mais dar voz a ignorância. Não é fácil. È um exercício diário, intenso, árduo, estafante e exige uma demanda grande de força de vontade. Reconheço meus medos; anseios; minhas lágrimas (e como são belas); minha rispidez em determinados momentos; minha vaidade; minha

Violinos amantes

Ladies in Lavander é um filme inglês de 2004 que no Brasil recebeu o nome de O violinista que veio do mar . Porém o post de hoje não é sobre o filme e sim a música de Nigel Hess chamada Fantasy for Violin , interpretada pelo solista Joshua Bell. Minhas impressões a respeito da composição de Hess são restritas ao meu campo imagético e imaginativo. Não tenho intenções de tecer nenhum comentário técnico, até porque, não me sinto capacitada para tal. Assim que ouvi a música veio a imagem de dois amantes num tribunal cujo amor estava sendo colocado à prova por seus algozes. A composição inicia-se com violinos (defensores) dizendo “não” a um oboé juiz da sessão. Novamente os defensores argumentam com o juiz oboé pelo jovem violino que dada a palavra começa sua defesa. Ao fundo violoncelos algozes marcam o compasso do jovem amante. Junto a ele seus defensores ajudam nos argumentos. O oboé juiz questiona sobre a veracidade de seu amor. Prontamente, o jovem violino responde fazend

Peeling de Diamante

Outro dia numa sala de espera, ouvi o esbravejar de uma mulher ao telefone querendo fazer com que o pelling de diamante de sua clínica de estética vendesse mais do que o da concorrência. Seu anúncio deveria sair urgentemente num desses sites de compra coletiva. Queria “matar” a concorrência. Não tenho a menor noção do que seria um peeling de diamante, mas acredito que seja algo realmente capaz de fazer milagres, haja vista, o total destempero da proprietária da tal clínica. E tomando parte uma famosa frase de Marilyn Monroe, o peeling de diamante deveria de fato ser o melhor amigo da mulher a qual se propusesse fazer. O mundo competitivo está aí. A competição move o mundo ou o mundo move a competição? Não sei. Parece que a cada minuto temos que ser melhores. Melhores profissionais, melhores alunos, melhores pais, melhores filhos, ter a melhor roupa, melhor pele, melhor cabelo, o melhor preço, melhor, melhor, melhor... Fiquei muito chocada com a arrogância e a falta de educação

Vale o quanto pesa

Vale quanto pesa era o nome de um sabonete que existia quando minha mãe era criança. Grande, de formato oval, rendia bastante, valia o preço pago. Era uma economia para famílias numerosas. Numa reflexão bem simples e rasa veio-me a pergunta: Será que temos coisas em nossas vidas que “valem o que pesam”? Existem coisas as quais acumulamos que nos pesam, mas nada valem, ou que valem, mas não têm peso algum. Eu tenho em mim muitas coisas que pesam, algumas valem outras não. A minha saudade, por exemplo, “vale o quanto pesa”. Tenho inúmeras saudades: da minha infância; dos meus entes queridos que já se foram; saudade de algumas bonecas; de alguns desenhos; de lugares onde estive; de momentos vividos; de vozes que ouvi; de filmes; do pastel da D. Isaltina, enfim, tudo o que me marcou e que foi capaz de me causar um suspiro ou provocar um sorriso. A saudade é um sentimento tão diverso e ao mesmo tempo único. Tem uma potencialidade imensa. Senti-la é como uma explosão. A sau

Storms in the Africa

Enya é uma cantora, compositora e instrumentista irlandesa cujas músicas já fizeram parte de trilhas sonoras de alguns filmes. Suas músicas vão do clássico ao new age e tiveram muita projeção nos anos 80 e 90. Seus álbuns venderam milhões e até hoje é considerada a artista solo que mais vendeu. O que me interessa neste post não é falar sobre Enya, e sim sobre duas músicas contidas no álbum Watermark : Storms in the Africa e Storms in the Africa pt 2 . Já falei num post que ao ouvir determinadas músicas, as visualizo. Associo o som dos instrumentos a imagens. Como se fosse uma fotografia, ou melhor, um filme. Com Storms in the Africa não foi diferente.  A música inicia com que me parece um instrumento de cordas de som abafado, depois há uma crescente e surge uma voz. Em dado momento há um rompimento e novamente inicia-se o instrumento de cordas junto a tambores (tímpanos talvez) e a voz. Sempre evoluindo, evoluindo, até o ponto que há a pausa definitiva. Storms in the Africa

Dona Isaltina

Escrever sobre Dona Isaltina é relembrar minha infância. Dona Isaltina era uma quituteira de mão cheia. Tudo o que fazia era de uma qualidade incrível. Sua imagem ainda hoje é nítida para mim. Sem precisar fechar os olhos a vejo adentrando o quintal dos meus avós, estatura baixa, saia até os joelhos, um lenço na cabeça branquinho tal como seus cabelos. Apoiada em sua cintura, uma bacia de alumínio, muito bem areada por sinal, e dentro: pastéis de massa caseira, bolinhos de aipim (com recheio de carne moída e seca), quibes e bolos. Seus salgados eram robustos, cheirosos, bem feitos, deliciosos. Um manjar dos deuses.   Dona Isaltina era o elo da presença de meu avô. Como meu avô morava em outro estado à trabalho, o período em que se encontrava aqui no Rio, era o momento do aparecimento de Dona Isaltina, porque a venda total de seus quitutes era garantida. E era uma festa, tanto para a quituteira como para nós, as crianças. A comida de fato é um elemento agregador. Comer os salga

Tempo

Era uma vez o mais jovem dos Titãs, Cronos, filho de Urano. Cronos devorava os filhos logo que nasciam. Isso fez com que Réia, sua esposa e irmã, fugisse para Creta a fim de dar à luz Zeus. Já adulto, Zeus, deu a Cronos uma droga fazendo-o vomitar todos os filhos que engolira outrora. Com o auxílio dos irmãos, Zeus, acorrentou Cronos, mutilou-o dando início à segunda geração dos deuses. Cronos personifica o Tempo (Chronos). Tempo, senhor cruel, imperdoável, devora, engendra, destrói suas criações, estanca as fontes da vida, exprime um sentimento de duração que se esgota, extravasa e passa entre a excitação e a satisfação, teme um substituto, um herdeiro. O Tempo teme, e para não temer, ataca e dá fim ao que o ameaça.   Quantas vezes já ouvi e mencionei a palavra tempo. Tudo se desenvolve em meio ao Tempo. “Vamos dar um tempo”; “estou sem tempo”; “não tenho tempo”; “acabou-se o tempo”; “fulano não tem muito tempo de vida”; frases ouvidas com certa frequência. Elas nos dão um fa