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Mostrando postagens de 2018

Valeu, Zumbi!

Todos já praticamente sabem a história de Zumbi dos Palmares e de tudo o que ele contribuiu para o nosso país e nosso sentimento de luta. Escolhi o lindo samba-enredo Kizomba, a festa da Raça! (Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila) para demonstrar a importância dos negros na identidade do nosso país. Sabemos que muitos dos negros escravizados, senão a maioria, eram da etnia Bantu. Assim muitas palavras, hábitos, traços genéticos, comidas, religiosidade entre outras coisas, foram misturadas a outras etnias africanas e incorporadas ao nosso idioma. Alguns exemplos de palavras retiradas do samba-enredo: Nzambi na língua kimbundu (bantu) é o senhor do tempo, Deus Supremo, aquele que não tem forma. Talvez venha daí a associação Nzambi/ Zumbi. Kizomba (bantu) festa; Jongo (bantu): dança onde os escravos davam “umbigadas” e ao se aproximarem falavam sobre fugas, armações etc... Maracatu : dança onde uma mulher leva uma boneca ricamente enfeitada de nome Kalunga que e

Pés e mãos atadas

Justamente como me sinto: de pés e mãos atadas depois dessas eleições aqui no Brasil.  Na segunda pós eleição, pairou novamente em cima da minha cabeça uma nuvem negra. Como assim? O que se passou? Parecia um novo tornado que se apresentava em minha vida. Um grande medo é desesperança avança sobre mim, sobre todos nós que acreditamos no poder do pensamento livre, no poder da arte, no poder de ser críticas e analíticas sobre tudo que nós cerca. Sabe aquele sentimento de derrota? Sei que as derrotas estão aí diariamente, mas, a derrota mesquinha, burra e desleal, essa que dói porque deixa o mal dos seres humanos mais exposto. As notícias depois não são as melhores, só pioram com o passar do resultado fétido! Pra onde iremos? Sempre gostei do Brasil é nunca me imaginei em outro país, mas agora bate a vontade de ir embora... desalento sabe... já tive sonhos arrancados de mim, sei o que é desamparo, sei como é ser esmagada por gente com caráter super mega duvidoso... O lema agora é da res

Função Social

Sempre acreditei em trabalhos que tenham funções sociais. Sempre acreditei na arte como instrumento de função social. Para muitos pode parecer um lugar comum, mas para mim é mais que isso. Desde pequena adorava coisas "de adulto" e tudo aquilo que girava em torno desse universo. Cresci e sempre na minha vida procurei estar cercada de livros, filmes, exposições e de pessoas interessantes que pudessem me acrescentar algo. Alguns podem pensar que sou rica (coisa que não sou e nunca fui) ou cresci na "folga", nada disso! Pelo contrário, minha vida foi de dificuldades, de obstáculos e de muitas pedras. A cada dia aprendo um pouco mais desse estranho Universo. No caminho fui quebrando as pedras e tentando fazer do limão uma limonada. Caminhando um pouquinho de cada vez... Por que estou dizendo tudo isso? Porque hoje estou num projeto que considero bem bacana, utilizando da palavra para cumprir um papel social. Sabem como? Conhecendo gente! Meu grande barato é conhecer ge

O Museu que a chama revelou

É com muito pesar que escrevo essa postagem de hoje. Já está em todas as mídias, inclusive na internacional, o incêndio que devastou o Museu Nacional aqui na cidade do Rio. Ontem e hoje acompanhei os noticiários a respeito do incêndio. Fiquei completamente chocada e com lágrimas nos olhos ao ver as chamas lambendo o estimado Museu. A Quinta da Boa Vista local onde está o museu, para mim, era o local representativo não só da minha infância, mas de outros tantos cariocas. É na Quinta que está o zoológico, palco do saudoso, Macaco Tião, a bola gigante colorida, do malabarista de madeira, das bicicletas-charretes e do Museu da Quinta, pois é assim com essa intimidade, que nós cariocas, chamamos o Museu Nacional. Lembro que era passeio de quase todo domingo ir ao zoológico e ir ao museu. Eu, enquanto criança tinha medo do ranger do piso de madeira,  do enorme dinossauro, do meteoro gigante e da sala das múmias, mas meu sonho era subir as escadas cujo acesso era sempre proibido. O que

Humano

Humano: uma viagem pela vida é daqueles documentários que chegam pra dar uma baita porrada em você. Não há como sair ileso e ainda mais reflexivo, se você é do grupo que se predispõe a pensar não só nas suas dores, mas nas dos outros também. O documentário aborda temas como: vida, morte, liberdade, violência, guerras, exploração sexual, capitalismo, pobreza, dores, amores, Deus e muita outras coisas. São depoimentos de pessoas de diversas partes do mundo de diversas raças e crenças dizendo o que elas acham sobre determinados temas. O bonito é que são pessoas anônimas, na maior parte, que passaram por experiências inimagináveis para nós que vivemos ainda na nossa caixa. A fotografia é linda e de uma cor tão viva que esse colorido contrasta com a crueldade dos temas abordados.  Não tenho como expressar as sensações que estão em mim por conta desse documentário, mas nós humanos ainda somos seres medíocres.  Sugiro que assistam. Material imprescindível! Até!

Liberdade ainda que tardia

Amanhã, comemora-se o 21 de abril, essa data tem um grande significado para mim e para a História brasileira. Hoje vou escrever sobre o que está escrito na bandeira inconfidente que se tornou a bandeira do estado de Minas Gerais: Libertas Quae Sera Tamen  e do simbolismo do triângulo e sua cor vermelha, tudo no meu humilde modo de interpretar. O triângulo que está na bandeira possui os três lados iguais chama-se equilátero. Esse triângulo, segundo estudiosos simboliza a terra. Para os alquimistas simboliza o fogo e o coração. O triângulo tem uma grande importância para a maçonaria o chamam de delta luminoso por conta da forma maiúscula da letra grega. Segundo a maçonaria, a base representa duração e os seus lados iguais representam, cada um deles, a Treva e a Luz compondo um ternário cósmico. O triângulo possui três pontas, três é um dos números áureos. O Três simboliza a tríade celestial. O vermelho é símbolo fundamental do princípio da vida. Incita a ação, lança como um s

Com amor, Van Gogh

Não pude deixar de escrever sobre o belíssimo filme Com amor, Van Gogh . Um filme de tocar o coração sobre um dos maiores pintores da arte moderna e sobre sua controversa morte. O filme é um primor, foi pintado por mais de 100 artistas utilizando a técnica de Van Gogh para compor a vida desse grande pintor. Foram mais de 65 mil quadros cenográficos pintados à mão e o resultado foi maravilhoso. O filme começa um ano após a morte de Van Gogh onde o filho do chefe dos correios tenta entregar a última carta do pintor holandês ao seu irmão Theo. Por esse viés a história começa e surge um filme comovente. Não vou contar o filme, mas Van Gogh começou a pintar aos 28 anos e nos oito anos de produção até a sua morte pintou 800 obras e conseguiu vender, em vida, somente uma. Como o filme fala sobre as cartas trocadas entre ele e o irmão, resolvi me aventurar em escrever uma a ele. Seria assim: " Meu caro Vincent, Você foi reconhecido. Sua arte comove as pessoas. Suas pinturas falam

A bela e a fera

Acabei de assistir a Bela e a Fera, a princípio, pensariam: filme bobinho de uma história romântica de um homem que com uma maldição se transforma numa fera e somente com um amor verdadeiro se transforma em um ser humano. Ok, é praticamente isso. Acho que todos, têm algo nas entrelinhas que nos dão uma lição ou nos fazem pensar. O filme é de 2017, um musical dirigido por Bill Condon e tem Emma Watson e Dan Stevens como protagonistas. A história é ambientada na França no século XVIII. A história é pra lá de conhecida pelas crianças e a música principal também. Mas é um filme para adulto também. Enquanto a Fera está sob a maldição, tudo é gelado, cinza e decadente. Seu castelo e tudo a sua volta é decadente. A Fera vive isolada e trancada em seu castelo. Na verdade vive trancada em si mesmo. O colorido do filme está com os objetos do castelo cuja maldição os transformou de humanos em coisas. Isso mesmo coisas, objetos... A partir o momento que a personagem Bela entra no castelo

House of Z

Escrevi semana passada sobre arte e carnaval. Tenho assistido documentários muitos bons falando sobre moda e os processos criativos de seus estilistas. Gostei muito do House of Z que conta a história real do jovem estilista (designer) Zac Posen e sua trajetória. Ele teve uma ascensão meteórica ainda muito jovem, depois teve seu momento de declínio com toda a pressão do meio, influenciado por sua vaidade.   Quanto decidi ver o documentário o que me chamou a atenção foi a letra Z, logo associada ao filme Z do Costa-Gravas (1969) um clássico do cinema, onde assisti há um tempo. Não vou me ater a história do filme e nem do House of Z, mas pesquisando a respeito, descobri que a letra Z em grego significa "ele está vivo". Para quem assistir ao documentário verá que para Zac Posen o significado tem tudo a ver. O bacana do documentário é o próprio estilista contando sua ascensão e queda de uma forma bem natural, frisando o fascínio que o meio artístico e da moda exercem favor

A arte e o carnaval

Não publico há algum tempo pois minha vida está uma loucura com o carnaval... Mas essa postagem será rápida. Semp´re falei aqui sobre a arte e sua importância no mundo e no que ela é capaz de transformar. O carnaval se aproxima e apesar de todas as polêmicas que envolvem esse patrimônio cultural, muita arte vai ser vista na Sapucaí. Acabei de assistir a um documentário sobre um estilista de sapatos e cada vez mais a minha concepção sobre arte se confirma. Acredito na arte como elemento transformador, multiplicador e de total expressão. De si, do mundo, de seus fantasmas, de sua percepção de tudo a sua volta, da imaginação e de seus desejos. Porém, não me canso de repetir que o fazer artístico envolve uma sensibilidade que poucos têm. o que você expressa na sua arte é o que você deseja transmitir ao outro. Isso é sério... pode-se ganhar dinheiro com sua arte, sim. Mas ele não é o principal nisso é a consequência de seu trabalho e de sua alma naquilo. E o que vamos ver n

Um livro bom para releituras

Já é notório que eu gosto de ler. Para quem me acompanha sabe que sou uma pessoa ligada a livros e seus releituras. E que muitas delas nos fazem refletir e até arrancar lágrimas em dados momentos da vida. Também já escrevi aqui que adoro Lya Luft, gosto da maneira como ela escreve. Simples, direta e que toca profundamente nossas almas e corações. Acho muito sincero como ela escreve.  Estou relendo Pensar é transgredir , acho que já é a minha quarta releitura e em cada momento surge algo novo e a maneira de tocar meu coração é distinta. Têm duas crônicas que logo de cara me tocaram muito: a que dá título a obra cujas frases: "Somos demasiados frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de uma lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores (...) para viver de verdade , pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena,