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O que há de ser?

Decidi escrever sobre algo que presenciei semana passada, poderia ficar só comigo, porque muitos, talvez, achariam irrelevante, mas meus textos são uma forma de explanar o que sinto e retirar de minha cabeça alguns fantasmas.

Semana passada estava numa loja de departamento bem conhecida tentando retirar uma segunda via de boleto no atendimento ao cliente. Até aí tudo bem, estava numa pequena fila quando me deparei com uma jovem, não consegui ver seu rosto direito, pois estava de costas, do outro lado do salão, mas seu timbre de voz me chamou a atenção, ela pedia para que o seu  interlocutor desse uma força porque ela estava precisando trabalhar, fazia faculdade à noite e pediu com gentileza que desse uma avaliada no currículo dela. Ela me parecia bem sincera e educada, o homem disse que tudo bem que iria fazer o possível, até aí, nada demais certo? Pois é, quando a moça saiu, eu me virei e olhei, o rapaz estava falando com uma outra funcionária o seguinte: “Tá doido eu dar emprego pra essa pessoa?! Todos repetem isso e os que estão aqui já não querem trabalhar...” virou as costas e entrou na sala envidraçada. Pelo que observei, ele era o gerente daquela loja. Fiquei tão arrasada com aquilo... Ultimamente tenho ficado muito espantada com as personalidades das pessoas, principalmente pelo o que se transformam nas suas costas. A bizarrice não para por aí.  Quando chegou a minha vez faltou papel na impressora para a impressão do boleto, a funcionária, perguntou ao mesmo cara onde tinham mais papéis e ele disse para usar os rascunhos. A funcionária então pegou uma caixa de papelão e acreditem: eram pilhas de currículos recusados, sem a menor cerimônia a funcionária iria usar, por sorte minha, dentro da impressora, tinha uma folha em branco. Eu ficaria muito mal se soubesse que meu boleto seria impresso no verso de dados pessoais de outras pessoas.

Fiquei muito pensativa com aquela cena. O que aquele homem fez para chegar ao cargo de liderança daquela empresa? Que parâmetros são os dele para liderar sua equipe? Qual é o parâmetro da empresa? Como será seu trato com as pessoas amigas, será que os têm de verdade? Será que consegue colocar sua cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente? Ah, um detalhe ele era jovem, se tivesse 30 era muito. Tenho muito medo de pessoas que fazem qualquer coisa por qualquer coisa ou qualquer coisa para “eliminar” seu alvo. Não sou ingênua e nem vivo no mundo de conto de fadas, sei que vivemos num mundo competitivo, que existem pessoas de todos os tipos, mas o que tem se revelado me dá medo.

Fico pensando na jovem que talvez tenha esperança em ser chamada para uma entrevista e seu currículo estará apenas numa caixa de rascunhos...

Fica a reflexão...

Até!

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