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Mostrando postagens de julho, 2017

Lima

" Amam-se ou antes suportam-se melhor aqueles que se fazem célebres nas informações, na redação, na assiduidade ao trabalho, mesmo os doutores, os bacharéis, do que os que têm nomeada e fama. Em geral, a incompreensão da obra ou do mérito do colega é total e nenhum deles se pode capacitar que aquele tipo, aquele amanuense, como eles, faça qualquer coisa que interesse os estranhos e dê que falar a uma cidade inteira ". ( Triste Fim de Policarpo Quaresma , p.55) O trecho acima foi escrito por Lima Barreto, o homenageado pela Flip este ano. Adoro o Lima e tudo o que ele escreveu. Seu tom crítico, irônico, incomodava a todos de sua época. Lima incomodava por tudo: pela sua cor, pela sua escrita, pela sua capacidade de criticar, pela sua pobreza e pelo seu alcoolismo. Lima incomodava. E quando a gente incomoda aí é que surge o problema. Acho que essa homenagem da Flip veio tarde, mas antes tarde que nunca. De uma certa forma veio a calhar pelos assuntos que estão em voga

Palavras e Imagens

Recentemente vi o filme Palavras e Imagens . Foi lançado em 2013, mas tem dois atores que gosto muito: a sempre linda Juliette Binoche e o sempre galã Clive Owen.  Dois professores, ela uma renomada pintora que por uma razão de saúde vai parar numa escola secundária dar aulas de artes, ele um professor de língua e literatura inglesa. Cada um com seus dramas pessoais. A atração acontece em dado momento pelo embate ideológico de valorar aquilo que ensinam, então, resolvem colocar uma competição na escola para que seus alunos digam o que vale mais: Uma imagem ou a palavra? E aí o filme começa com sua grande força de ação e dramas.  Filme que faz refletir nesse mundo imagético em que vivemos, cujas palavras se perdem em meio a grandes impactos visuais. Onde um corpo moldado é mais venerado do que um bom papo e uma boa cabeça pensante. Onde a poesia da vida tá quase perdendo espaço na vida. Onde o Instagram é a bola da vez. O que vale mais? O quanto valemos? O que deixou passar, o

Merlí

Merlí é uma série produzida pela Netflix de 2015. Estou assistindo e adorando.  Merlí Bergeron é um professor de filosofia que de forma bem particular ensina a matéria um tanto complexa. Um dos seus mandamentos é de que a filosofia e os conceitos devem ser trazidos para a atualidade e para a vida cotidiana de cada aluno. Merlí é um professor peculiar e atuação do ator Francesc Orella faz com nossa atenção se prenda aos temas de cada episódio.  A série aborda o mito da caverna mostrando o drama de um aluno que não sai de casa, assim também, aborda um problema cada vez mais presente: o isolamento dos jovens neles mesmos, principalmente, por conta da internet. Aborda Maquiavel e as questões éticas. Os peripatéticos, a homofobia entre os jovens, o bullying ( com uma jovem acima do peso), a desatenção dos pais com os filhos e etc. A série traz a filosofia no que ela se propõe: a reflexão. Na minha pretensiosa visão, ouso dizer que o professor se assemelha muito ao personagem U