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Nos braços de Klimt


Ele a tinha nos braços. Ajoelhados os dois sabiam da fortaleza de seu amor. No entrelaçar dos corpos pareciam siameses. As mãos dele seguravam o rosto dela delicadamente dizendo: tu és minha. A face dela, enrubescida, dava a dimensão do quão quente era o beijo dele.  Ele por sua vez ao beijá-la escondia o rosto entre seus cabelos. Cabelo este coberto de flores. Com rosto sereno, ela, vertia todo o seu prazer. As peles se contrastavam. Ela, com sua pele alva e lábios marcados de vermelho, parecia uma gueixa, cujos dedos agarravam a nuca de seu amo. Ele na maior parte quadrado e ela círculo. Símbolos geométricos contrários, mas em perfeita sintonia. Em volta toda a discrição do tom pastel. O casal está sobre base bem colorida e alegre. Quem os admira pode ter um pouquinho de inveja caso não tenham um amor como o deles.

Gustav Klimt, (1862-1918) pintor austríaco, foi um dos fundadores do Movimento de Secessão de Viena. Esse movimento recusava toda a tradição acadêmica das artes. Klimt era considerado um pintor simbolista. Os simbolistas tinham forte interesse pela visão mais particular, individual em contraposição a visão geral. Buscavam o entendimento do “eu”. Também eram influenciados pela cultura oriental. Em oposição à objetividade da realidade dão valor ao vago, indefinido, ao sonho, ao impreciso. Os simbolistas tinham uma obsessão pelo branco.

A cena descrita no primeiro parágrafo refere-se à pintura O beijo de Gustav Klimt. Nela Klimt faz um retrato dele e de sua amada Emilie. O beijo foi pintado entre 1907 e 1908, foi considerado um dos símbolos do Movimento de Secessão.

O beijo foi pintado com todas as características da escola simbolista. Amar deixa os amantes seres etéreos e imprecisos. Os dois se misturam e formam um. Ambos procuram o melhor ajuste para as suas contrariedades.

Para você que está amando ou quer amar, observe o quadro de Klimt. Deixe-se envolver e mergulhe no misticismo do Amor.  


(O beijo - Gustav Klimt - 1907/1908)

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