Fui a exposição sobre os Orixás que está na Casa França Brasil. Esperava mais.
A exposição é bonita. Nela estão os painéis de Carybé e seus desenhos. Painéis enormes com a representação dos orixás talhados em madeira, lindos. Há as famosas fotos de Pierre Verger. Lindas esculturas feitas em aço com os símbolos dos principais orixás. tem Oxossi, Oxum, Iemanjá, Ogum, Xangô, Oxumaré e Exu. Os desenhos de Carybé com as representações de Nanã, Iroco, Ossaim, Logum Edé. Dois quadros de Heitor do Prazeres, onde num deles, há uma roda de samba com um ponto riscado no chão. Há painéis com o trecho do livro de Jorge Amado, Bahia de Todos-os- Santos, descrevendo como são cada um dos orixás, mas, sinceramente, achei uma exposição para turistas... Acho que poderia ser uma exposição mais profunda sobre esse universo tão vasto e encantador. Nós brasileiros temos em nossas veias muito do DNA daqueles negros vindos da África e muitos de nós ainda desconhecemos da cultura e ritos afros. É uma exposição que dá o apanhado bem geral. Ganha-se ponto em tornar à vista de todos algo que se reverencia no Brasil. O ponto negativo é a ausência de folders a respeito da exposição, a falta dos Ibejis (apenas há fotos de Verger de irmãos gêmeos tanto na África quanto aqui junto a pinturas dos santos gêmeos) e a de mais fotos de J. Medeiros. Acho que suas fotos sobre candomblé foram muito representativas, assim como as de Verger, acredito que hoje, não há mais motivos para escondê-las e toda a polêmica sobre elas já se foram... Também há fotos dos rituais em Belém e rituais de Egumgum, além de livros sobre os xirês e os discos com as cantorias. De qualquer forma a exposição é válida no geral.
Hoje é dia de São Jerônimo no sincretismo religioso, ele é uma das qualidades de Xangô. Jerônimo é tido como doutor das Escrituras Sagradas. Só foi batizado aos vinte e cinco anos, por opção, achava-se mais maduro para isso. Tinha um temperamento forte e radical. O Papa Damaso o incumbiu de traduzir a Bíblia para o latim, para torná-la mais acessível a todos, por isso, essa tradução foi chamada de vulgata. Morreu num monastério em Belém em 420d.c.
Acredito que nós não podemos ser analfabetos em determinadas questões da vida. Há sempre tempo em aprender. Quanto mais sabemos maior é a nossa percepção de mundo e das pessoas. Estamos aqui para evoluir, e evolução não significa acumular bens materiais. Evoluir é conhecer e apreender. Se temos oportunidades de conhecimento, então, busquemos. Hoje há a internet que possibilita uma porta para muitos temas, depois, caso nos identifiquemos com algum tema, busquemos um aprofundamento. Há uma variedade de temas a ser explorado. Ser "ignorante" por opção é triste.
Comentários
Postar um comentário