É, chegou a Primavera. E junto chegam o calor dos dias e das noites, o canto dos pássaros, as flores e o céu cheio de estrelas.
Primavera vem do latim prima veritas que significa a primeira verdade. É na Primavera que o sol cruza o Equador tornando igual a distribuição de luz e sombra no Hemisfério Sul. A esse equilíbrio dá-se o nome de Equinócio. Os gregos e romanos homenageavam os deuses da colheita com a chegada da Primavera. A Primavera também era um tempo consagrado ao deus Hermes – o mensageiro, o iniciador da luz, o anunciador da primeira aurora depois da escuridão do Inverno.
A Primavera é o equilíbrio das forças da natureza. É o renascimento de tudo o que antes estava “morto”. Todos os dias ouço o canto do sabiá anunciando o amanhecer e o entardecer. Um lindo canto, robusto. Junto vem a sensação de esperança e nostalgia. Esperança (amanhecer), por ser mais um dia, um recomeço, o estar viva nesse mundo e as incógnitas que com ele virão. Nostalgia (entardecer), pelo dia que está terminando com todas as tarefas não realizadas; pelos sonhos que mais uma vez ficaram na gaveta; pelas palavras proferidas e que por ventura magoaram alguém; pelas pessoas que não consegui ver e abraçar por causa das atribulações da vida moderna, e por constatar que sou impotente. É, sou impotente, sou humana. A natureza é mais forte e intensa. O sábia seria o “Hermes” do meu quintal interno.
Na natureza tudo é cíclico, tudo nasce e morre, há dia e há noite. A Primavera é uma estação dual. Nós, como seres integrantes da natureza cósmica, carregamos essa dualidade. É tempo de reflexão. O que de fato é importante pra nós? Qual seria a nossa “primeira verdade”?
Pra embalar essa reflexão, segue abaixo um vídeo com uma das séries das Quatro Estações de Vivaldi, intitulada Primavera.
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