Oi pessoal,
Acabei de assistir Notas de Rebeldia. Filme sobre um rapaz negro, da periferia americana cujo pai, com suor de anos de trabalho, é dono de um restaurante bem estabelecido no sul dos Estados Unidos. Porém, seu filho, seu herdeiro, quer ser sommelier e a partir daí a trama se desenvolve. O filme aborda todos os aspectos de preconceito, relação familiar, perda, enfrentamentos de estereótipos e o enfrentamento do medo. Largar o legado da família ou seguir seu sonho? O filme tem uma trilha sonora fantástica, mistura hip-hop e soul music. O filme acerta em colocar a degustação de vinho, coisa refinada e complexa, com a memória afetiva do personagem. O personagem degusta o vinho de acordo com as características da mãe já falecida, ponto em destaque no filme.
Por que estou falando nisso? Porque estou com medo e nesses tempos de distanciamento social, muita coisa vem rondando minha cabeça: coisas que poderia fazer e não fiz, lugares que fui, ou ainda não, atitudes que tomei ou deixei de tomar, medo pelos meus pais e irmão, medo pelos meus amigos, medo geral... Sabe, há alguns anos eu sofri um revés muito grande que desestruturou minha vida por completo. De quatro anos pra cá tive que, um passo por vez, reconstruir a mim mesma, não foi fácil, foi duríssimo. Tive muitos aprendizados e muita superação. E agora um ser invisível, vem com toda força, e faz você abrir a ferida já cicatrizada. O medo faz isso. Está fazendo isso com todos. A gente fica com insônia, tenta ser otimista e ver o futuro, mas na verdade, a gente tem que focar no presente. Tentando sempre manter sua saúde emocional no eixo e tentando fazer para com os a sua volta. Chora, limpa-se às lágrimas e seguimos em frente. Finalmente resolvi fazer vídeos sobre livros que gosto, rever conceitos e constatar que determinadas coisas são realmente irrelevantes.
Fiz meu contraponto com Elijah (protagonista do filme) e faço com todos que antes da pandemia eram sobreviventes nesse mundo cão. Se meus textos são lidos e meus vídeos são vistos, nada importa, apenas quero continuar falando e escrevendo aquilo que me emociona, angustia, oprime ou alegra. Se não fui amada do jeito que achava que deveria, não me importa... mas continuo acreditando no amor. Amar é bom. Quero ser feliz e fazer os outros felizes, se o que escrevo, falo, alcança uma única pessoa já basta.
Depois dessa pandemia tudo será diferente, no mundo, em nós, no outro, espero que sejamos pessoas melhores...
O Elijah, hoje, me deu um ânimo para seguir acreditando...
Fiquem em casa!
Até!
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