Todos já praticamente sabem a história de Zumbi dos Palmares e de tudo o que ele contribuiu para o nosso país e nosso sentimento de luta.
Escolhi o lindo samba-enredo Kizomba, a festa da Raça!
(Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila) para demonstrar a importância dos
negros na identidade do nosso país. Sabemos que muitos dos negros escravizados, senão a maioria, eram da etnia Bantu.
Assim muitas palavras, hábitos, traços genéticos, comidas, religiosidade entre outras coisas, foram misturadas a outras etnias
africanas e incorporadas ao nosso idioma. Alguns exemplos de palavras retiradas do samba-enredo:
Nzambi na língua kimbundu (bantu)
é o senhor do tempo, Deus Supremo, aquele que não tem forma. Talvez venha daí a associação
Nzambi/ Zumbi.
Kizomba (bantu) festa;
Jongo (bantu): dança onde os
escravos davam “umbigadas” e ao se aproximarem falavam sobre fugas, armações
etc...
Maracatu: dança onde uma mulher
leva uma boneca ricamente enfeitada de nome Kalunga que em bantu significa
mundo dos ancestrais. Muitos africanos escravizados associavam Navios Negreiros
ou o mar como Kalunga Grande, ou seja, algo desconhecido que após atravessarem
aquele portal (mar) não voltariam...
Caxambu: dança ao som do caxambu
(tambor volumoso);
Ajeum (yorubá): contração das
palavras awa (nós) e jeun ou jé (comer) transformada poeticamente em
"comer juntos"; é a comida ritual servida no candomblé. Momento de
confraternização onde todos juntos comem da mesma comida.
Negra Mina: negras que receberam este nome provenientes da Costa da Mina na África. Foram essenciais para o comércio de ganho e gastronomia.
Luanda: capital de Angola (pertencente ao antigo Reino do Congo - bantu)
A "nossa Kizomba” é
proveniente da mistura de raças que nos faz um país tão bonito e rico
culturalmente. Agradecemos a Zumbi por
ser esse herói imortal cuja luta jamais se extinguirá. Além disso, esse samba-enredo
é muito representativo por ter sido defendido pela escola de samba Vila Isabel no ano de 1988, ano da nossa nova Constituição Federal após anos de ditadura militar.
Valeu, Zumbi, você não é a penas uma data pra ser lembrada a cada 20 de novembro. Você se tornou um referencial para a “nossa sede ser a nossa sede”
e por isso seguiremos na luta!
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