O ano de 1964 foi muito emblemático para o mundo e principalmente para o Brasil, foi o ano do golpe que retirou Jango do poder pelos militares. Foi um ano bissexto e, como talvez já disse aqui, anos bissextos são sempre complicados. Foi também título de livro de George Orwell que até hoje é um clássico. Além disso foi o ano de lançamento da música The Sound of Silence de Simon e Garfunkel. A somatória de 1964 resulta no número dois. Dois é o símbolo da oposição, do conflito, do equilíbrio realizado ou das ameaças latentes, então tudo a ver com o golpe de Jango e todas as turbulências que um ano bissexto proporciona. Porém, vou me ater a música da dupla que embalou jovens e também tornou-se um clássico.
A música fala da escuridão do silêncio e o que esse silêncio proporciona na vida das pessoas. Existe na música um trecho em que aponta para o crescimento dessa escuridão e que há uma multidão de pessoas que conversam sem falar e que se curvam ao Deus de neon que elas criaram. Sabe minha gente, de fato existe escuridão no silêncio. A música é um clássico porque desde 64 as coisas não mudaram muito. Estamos cada vez mais só e estamos nos curvando ao Deus do neon. Temos muitas curtidas no Face ou Instagram, mas estamos atrás de uma máquina, da tecnologia. Quem são nossos amigos de carne e osso? E quem somos nós de verdade? Por que essa fixação de ser popular? Somos de fato aqueles que nos mostramos no Instagram ou criamos um "ser"? Brigamos com o nosso interno com medo de mostrar nossa real face, pois dependendo do que revelar, teremos ou não curtidas. Estamos falando com nossas máquinas, poucas são as pessoas que falam com pessoas. A grande máxima de Jesus era: "amai ao próximo como a ti mesmo", hoje tá ruim amar ao próximo, pois não nos amamos. Ao contrário, nem temos tempo de parar e saber quem somos. Algumas pessoas nem querem parar e "ouvir" seu silêncio, porque seu silêncio é tão desastroso que é preferível estar logado num vida falsa e vazia. Somos bombardeados pelo consumismo, materialismo e como diz a música "as palavras dos profetas estão escritas nas paredes do metrô", é verdade, hoje o que há no metrô são propagandas de gente feliz que precisam crescer no mercado de trabalho pra poder comprar a comida da moda, a roupa da moda e tudo da moda, até o corpo da moda. Já deu pra mim, pode parar, quero descer.
Essas são as minhas considerações e a sua? Qual será?
Até!
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