Tenho vários livros de cabeceira, acho que nem a mesinha daria conta de tantos livros. Mas existe um insubstituível que é o Dicionário de Símbolos de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant. O ano de 2016 tem sido um ano bastante peculiar pra mim. Pense numa situação onde você está andando calmamente e, de repente, você tropeça numa pedra e sai rolando despenhadeiro abaixo e quando você chega percebe que, apesar da grande queda, você está viva, apesar das fraturas expostas, das feridas pelo corpo, do estado de choque, da falta de locomoção, você pensa: abri os olhos, estou viva! Mesmo ainda me reabilitando do acidente sofrido, estou lendo mais que nunca, estudando mais que nunca, tentando me reconectar com meu eu mais profundo, o meu Deus, e experimentar a conexão com o Sagrado. Por isso entra o Dicionário de Símbolos. Daqui há alguns dias faço aniversário e são pelas descobertas com meu Deus interno que compartilho com vocês a primorosa sabedoria dos números e seu valor simbólico:
3: Representa a ordem intelectual e espiritual, em Deus, no Cosmo ou no homem. Sintetiza a Triunidade do ser vivo. É a conclusão da manifestação: o homem, o filho do Céu e da Terra completando a grande Tríade. Para os cristãos é a perfeição da Unidade Divina: Deus é Um em três pessoas. No budismo também representa a manifestação Divina (Trimurti): Brama, Vixenu e Xiva (aspecto produtor, conservador e transformador respectivamente). No campo ético simboliza as três coisas que destroem a fé no homem: mentira, amoralidade e sarcasmo. E o que leva o homem ao Inferno: calúnia, endurecimento e ódio. Por outro lado, são as três coisas que levam o homem a fé: pudor, cortesia e o medo do Dia do Juízo. Para os dogons é símbolo do triângulo que tem um significado feminino: se tiver o vértice para baixo simboliza a virilidade fecundadora. O numeral três designa ainda, os níveis da vida humana: material, racional e espiritual, assim como, as três fases da evolução mística: purgativa, iluminativa e unitiva.
5: Símbolo da União. Número nupcial; número do centro da harmonia e do equilíbrio. O casamento do princípio celeste e do princípio terrestre (2+3). Símbolo do homem da ordem e da perfeição, da vontade divina que não pode desejar outra coisa a não ser ordem e perfeição. Representa os cinco sentidos e as cinco formas sensíveis da matéria: a totalidade do mundo sensível. Cinco é o Universo manifestado e o número do coração. No budismo o cinco é a representação dos cinco orientes; cinco elementos (terra, água, fogo, vento e espaço); cinco cores; cinco qualidades de conhecimento os quais Buda possuía e que o fez atingir o nível de Iluminação. Para o Islã é o número do bom augúrio. São os cinco dedos da Mão de Fátima (que eu adoro) contra o mau olhado (tive prova disso e é verdade), estendem-se os cinco dedos da mão direita, dizendo: "Cinco no teu olho, ou cinco sobre teu olho". O cinco simboliza a manifestação do homem, ao termo da evolução biológica e espiritual.
3+5=8: Universalmente o número do equilíbrio cósmico. Número das direções cardeais, número da Rosa dos Ventos, número dos raios da roda e o das pétalas do lótus e das sendas do Caminho. Número dos trigramas do I-Ching. Dos anjos portadores do trono Celeste. Os braços de Vixenu são oito que correspondem ao número de guardiães do espaço. Numeral totalizador que aparece nas crenças africanas, entre os dogons é o número da criação por sua qualidade de quatro duplos. Para eles tudo o que é puro, isto é, justo e ajustado é duplo. O Verbo é simbolizado pelo oito que engloba a água, o esperma, e o conjunto das forças fecundantes. Verbo e esperma se enrolam oito vezes em torno da matriz para fecundá-la. O homem é oito em seu esqueleto, assegurado pelas oito articulações. Voltando aos dogons, é o número do Gênio e do Antepassado - o mais velho dos ancestrais- que se sacrificou para garantir a regeneração da humanidade quando do seu estabelecimento definitivo na Terra (alguma semelhança com Jesus Cristo?). Na tradição cristã depois do sétimo dia vem o oitavo que assinala a vida dos justos e da condenação dos ímpios. Do oitavo dia da criação é o símbolo da ressurreição, da transfiguração, anúncio da Era futura. Composta não só da ressurreição de Cristo, mas a do homem também. Ah! Lembremos que o símbolo matemático do infinito é um oito deitado e no Tarô de Marselha a carta de número oito representa A Justiça (indico a pesquisa dessa carta) que simboliza a completude totalizante e do equilíbrio combinando perfeitamente com o oito (4+4) dos dogons.
Que nesses meus 35 anos eu esteja carregada de tudo isso e muito mais. Como diz o ditado: "o pior cego é aquele que não quer ver", e como meu nome é Luzia e não poderia, jamais, me negar a enxergar tantos sinais... Que Jesus Cristo, Oxalá, Vixenu e Santa Luzia me acompanhem nessa estranha e intensa caminhada que é viver. Que assim seja! Amém! Axé e Namastê!
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