A morte precoce de Fernada Young me consternou profundamente. Adorava os textos dela, a forma como ela entendia o mundo, a si mesma e aos demais. Ela era uma mulher jovem, cheia de ideias, dona do seu próprio corpo, de suas tatuagens, de seu visual, formava, com seu marido, uma dupla imbatível. Tinha uma forma de pensar e falar da qual gostava muito e revendo uma de suas tantas entrevistas, descobri que seu ascendente era em Gêmeos. Por isso, a diversidade em tudo o que fazia, pensava e na constante mudança de visual. Na sua última coluna no O Globo disse que a cafonice imperava no país, sugiro a leitura. Caso leiam, saberão o porquê.
Recentemente, "assombrei" alguém com meu cabelo. Fiquei, de fato, surpresa. Assombrar significa: cobrir de sombra; tornar triste, sombrio. Sinônimos são: apavorar, fascinar, intimidar, amedrontar entre outros... Mas, hipoteticamente, o assombro causou a fascinação. Outra hipótese seria: eu causo a intimidação pela pessoa que sou ou pelo que represento. Em tese: eu amedronto. Por que? Porque sou uma pessoa livre no pensar? No expressar? Sou livre para usar meu cabelo da forma que quero e gosto. Já cortei curtinho, já alisei, já fiz a tal da transição capilar e agora meus cabelos estão in natura: cacheados, ah, mas pintados de loiro blonde. Acho que foi isso! Contudo, fiz o oposto ao que a palavra assombrar significa, não cobri de sombra, na verdade clareei, dei luz! Dando a luz, tornei clara a fascinação que causo e intimidei! É isso! Ou será uma hipótese?
Obrigada Fernanda Young pelo seu texto derradeiro e suas constantes mudanças... mudando nos tornamos mais interessantes. Estamos sempre dispostos e abertos ao conhecimento das diferenças. Não precisamos ser tão herméticos, tão pragmáticos e tão escondidos... Sejamos mais fluidos, porque a vida passa tão depressa...
*Para você que se assombrou com meu cabelo, digo apenas: sou fascinante mesmo!
Viva aos cabelos assombrosos!!!
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