Século XVI. De um lado a tribo
dos temiminós, do outro a tribo dos tupinambás, ambas pertencentes ao mesmo
tronco tupi, disputam um mesmo território. Lutam há semanas. As duas tribos estão
cansadas, porém, uma delas está em desvantagem: muitos dos seus foram mortos ou
estão gravemente feridos. Algumas de suas mulheres estão grávidas prestes a
parir. O território tão almejado é a Ilha
de Paranapuã (atual Ilha do Governador).
O dia acabara de amanhecer e o
cacique temiminó Maracajá-guaçu (O grande gato-do-mato) observa a desvantagem.
Uma tristeza envolve seu olhar. Havia mais mulheres que homens. Muitos de seus
guerreiros morreram. Sabia que se não pedisse ajuda sua tribo seria dizimada. Não poderia deixar o extermínio acontecer.
Numa atitude desesperada foi pedir ajuda ao povo português. Os lusitanos
queriam partir pra luta, mas Maracajá-guaçu não. A perpetuação de seu povo era
mais importante. Então, decide partir numa jornada em busca de parte de sua nação
localizada no atual estado do Espírito Santo.
Os tupinambás auxiliados pelos
franceses comemoram a partida da tribo rival.
Muitos dias se passaram. Muito
sol nasceu e morreu. Em oito de dezembro de 1556, Maracajá-guaçu funda com um
padre jesuíta chamado Brás Lourenço a aldeia que hoje é a cidade da Serra no
estado do Espírito Santo.
A tribo se uniu e cresceu.
Crianças nasceram. Anos se passaram. Um jovem de nome Arariboia, não esquece a batalha
de outrora. Quer vingança. Precisa honrar seu pai. Decide partir com os
portugueses para a retomada de seu território e em 1567, destrói a fortificação
dos franceses e tamoios na Baía de Guanabara, numa batalha gloriosa. Após a batalha, Arariboia
e sua tribo instalam-se no que hoje é o bairro de São Cristóvão. Mais tarde a
pedido dos portugueses mudam-se para o outro lado da Baía a fim de protegê-la. Assim
fundam a aldeia de São Lourenço dos Índios, atual Niterói.
Maracajá-guaçu foi
vingado e hoje seu filho reina imponente numa estátua de bronze.
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