Na minha cidade parece que dá para
ouvir a contagem regressiva para o carnaval. A euforia já se instalou e a
maioria conta os dias para ouvir o apito da Sapucaí, inclusive eu.
Apesar da minha cidade nesta época
ter um contingente maior de pessoas e que todos os olhos do mundo estão
voltados para o novo Sambódromo, existe um lugar em que o bafafá parece não ter
chegado: o Morro da Conceição.
Morro da Conceição é um morro,
obviamente, localizado na Zona Portuária da cidade. Nele está o Museu Cartográfico
do Exército, o Observatório do Valongo, a Pedra do Sal (de grande valor histórico).
Mas também há uma linda Nossa Senhora da Conceição, crianças brincando nas
portas de suas casas, um bar antigo com uma máquina registradora velha, casas
geminadas, ruas com nomes sugestivos (Jogo da bola e do Escorrega), casas
vendendo sacolés e bordadeiras mantendo uma tradição. Não que no meu subúrbio,
não haja dessas coisas, sim há. Porém, pensando num centro de uma cidade como o
Rio, torna-se incomum ou pitoresco.
Suas ladeiras escondem história e
devoção, além de uma bela vista da Baía de Guanabara. Temo que sua tranquilidade
seja extirpada pelas obras do Porto Maravilha. Não há como se resistir ao
progresso numa cidade sede de Olimpíadas e Copa do Mundo.
Para você que não é daqui ou para
você, carioca, vá uma vez ao Morro da Conceição, mas antes dê uma olhada no
trailer do documentário abaixo, cujo conhecimento vem de alguns anos atrás. Numa
das minhas tentativas em saber sobre meus antepassados, deparei-me com o Morro,
logo depois soube deste lindo documentário de Cristiana Grumbach. Hoje volto lá para reviver meu
passado e perpetuar uma tradição: bordar.
Boa folia e para aqueles que não
gostam um bom descanso.
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