Vale quanto pesa era o nome de um sabonete que existia quando minha mãe era criança. Grande, de formato oval, rendia bastante, valia o preço pago. Era uma economia para famílias numerosas.
Numa reflexão bem simples e rasa veio-me a pergunta: Será que temos coisas em nossas vidas que “valem o que pesam”? Existem coisas as quais acumulamos que nos pesam, mas nada valem, ou que valem, mas não têm peso algum.
Eu tenho em mim muitas coisas que pesam, algumas valem outras não.
A minha saudade, por exemplo, “vale o quanto pesa”. Tenho inúmeras saudades: da minha infância; dos meus entes queridos que já se foram; saudade de algumas bonecas; de alguns desenhos; de lugares onde estive; de momentos vividos; de vozes que ouvi; de filmes; do pastel da D. Isaltina, enfim, tudo o que me marcou e que foi capaz de me causar um suspiro ou provocar um sorriso.
A saudade é um sentimento tão diverso e ao mesmo tempo único. Tem uma potencialidade imensa. Senti-la é como uma explosão. A saudade está sempre relacionada à memória.
Neste exato momento eu sinto uma saudade específica. A minha saudade corrói o tempo e o espaço, me faz sorrir, me faz chorar, me faz dar nó em pingo d’água, me possibilita e me capacita. A minha saudade me faz acreditar no sim. Eu cuido da minha saudade com carinho e muito apreço.
E você, neste momento, tem algo que "vale o quanto pesa"?
Uma boa semana e que ela não pese demais. E se pesar, que valha a pena.
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