Acho que todo artista deveria se engajar numa causa. Pra mim ao escolher profissões voltadas para as artes você deveria quase que obrigatoriamente ser engajado com algo. Arte é vida, é pensamento, é revolução. É não alienar-se, é empatia, é colocar-se no lugar do outro, é não se omitir, é profissão de fé... é não ficar em cima do muro, é ter uma visão de mundo...
Não sou artista, gostaria muito de ser... Não sei cantar, nem tocar nenhum instrumento, não sou musicista, pintora, poetisa, não sou poliglota, não viajei mundo, mas sempre gostei de ler e tenho como minha profissão de fé a escrita e a observação. Gosto de gente e conversar com gente que me acrescenta. Quando era garota, mais pra adolescente na verdade, achava que iria ser uma mulher que comandaria alguma revolução. Andava com uma fitinha verde e amarela pendurada na mochila e um dos motivos por fazer Literatura Brasileira era pra "defender" tudo o que era brasileiro, muitas utopias que com o tempo vão se ajustando. Acreditava que ia ser mãe solteira e viajaria pelo Brasil a bordo de um jipe, enfim... sonhos. A grande verdade é que adorava e adoro ver filmes, ler e ouvir música, viajo por eles, sou assim desde criança e agradeço muito as oportunidades de ver muitos clássicos e ouvir muita coisa boa.
Por isso não sabia se escreveria sobre o Eddie Vedder (que quanto mais velho mais bonito fica) com sua voz rouca - sempre quis casar com ele - mas vejo a impossibilidade abissal e o ego deve ser tenso, mas o cara tem talento e tudo o que faz é bom, sou fã. Não sei se falaria sobre Chris Martin e seu piano, e seus estudos de grego e latim (também gostaria de namorá-lo, mas não sou uma Gwyneth Paltrow e vem o ego novamente), porém, escolhi falar sobre Bruce Springsteen (que também é igual a vinho). Esqueci de dizer, todos os citados são engajados em causas.
Bruce é tido como cantor da América. Canta seu proletariado e as dores dos pobres americanos. Sim minha gente, nos Estados Unidos tem pobre e a maioria também são de negros e imigrantes. Bruce com sua voz peculiar, sua letras e seu jeitão largadão conquistou o público. Tomei conhecimento de sua música através do filme Filadélfia de 1993. Assisti com minha mãe e se não estou enganada foi o primeiro filme a falar abertamente sobre AIDS. Já conhecia Tom Hanks de outro filme A última festa de solteiro, filme pastelão, mas em Filadélfia Hanks marcou um golaço. Em Filadélfia Hanks é um advogado homossexual e tem HIV quando o escritório em que trabalha descobre, o demite, então, ele resolve colocá-los na justiça e contrata um advogado homofóbico (Denzel Washington) para cuidar de sua causa. O filme é emocionante, chorei muito. Quem nunca viu que veja, ali vemos toda a luta contra o preconceito, a luta com uma doença ainda nova para o mundo e como não somos porra nenhuma. Esse lindo filme é coroado com a belíssima música de Bruce Springsteen, Streets of Philadelphia...
Falando sobre, fiquei com vontade de ver Era uma vez na América... Ah! E de falar sobre a música de Simon e Garfunkel...
Abaixo segue o Bruce com seu jeitão despojado gato...
Até!
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