Olá, hoje a minha postagem vem falar sobre um filme que nos dá aquela famosa porrada no estômago: Um momento pode mudar tudo. Com a ótima atriz Hilary Swank no papel principal.
O filme começa com uma mulher sensual de 35 anos num casamento de 15 anos e que agrada ao seu marido em tudo. Em um determinado momento dá a entender que ela abandona a sua carreira como pianista para dedicar-se exclusivamente ao seu casamento. Um ano se passa e a doença ELA, já falei sobre em outra postagem. Pra quem não sabe ELA, significa Esclerose Lateral Amiotrófica. Já contei aqui que minha avó teve isso e na época ainda não se tinha muito estudo. A doença é degenerativa, mas seu cérebro continua funcionando. Até hoje não se sabe as causas da doença, mas sei o que ela faz com um ser humano. Minha avó passou dois anos em uma cama sem os movimentos. Essa doença vai se alastrando debaixo para cima e minha avó, mesmo doente, quando ainda tinha os movimentos dos braços, rezava meus cobreiros, por incrível que pareça. Tinha onze anos quando partiu. Mesmo assim, entre as minhas pausas das brincadeiras, pulava o muro ia conversar com ela, lhe dar comida, pois minha mãe se desdobrava entre cuidar de mim e do meu irmão, fos afazeres domésticos e dela. Minha mãe fazia com muito carinho e dedicação. O fato mais relevante pra mim é que minha avó nunca reclamou do seu estado. Ela chateava-se pelo trabalho que dava a minha mãe. Hoje sei que conviver com ela naquele estado não foi um trabalho e sim um aprendizado. Por que tô falando isso? Porque tem tudo a ver com o filme.
A personagem principal tem tudo que se poderia querer: uma bela casa, um belo marido, belas amigas, um belo corpo, tudo muito certinho. Quando ela fica doente, apesar do marido estar "ao seu lado", ele a traí, porque não aguenta o rojão de ver sua esposa linda, antes perfeita, na sua visão vazia, naquele estado. As "amigas" tiram suas máscaras, a abandonam e ela se vê só. Aí entra a personagem de Emmy Rossum, uma acompanhante totalmente transloucada que dá outro sentido à vida da doente. Ambas se tornam amigas e parceiras no projeto de encarar a doença com leveza e dignidade.
O filme tem cenas muito comoventes e que nos fazem dar aquela chacoalhada. Acho que um dos momentos mais bonitos pra mim é quando ela confessa a sua mais nova amiga que abriu mão de um rapaz, que a tinha olhado como nenhum outro homem a olhara, pois ele tinha conseguido ver a sua essência. Então, ela faz sua amiga prometer que jamais fique com um homem que não a veja do jeito que ela realmente é: o seu interior. Que não fuja do amor, pois ela tinha fugido outrora. Engraçado que sempre me perguntei se num momento de crise, de doença séria teria alguém ao meu lado, um companheiro para aguentar o rojão, porém, o barato é isso a personagem mostra que nós podemos aguentar nosso rojão e que o amparo, no geral, vem de quem você menos espera.
Minha avó teve o amparo que pode e pessoas que a amavam por perto, contudo, fiquei me perguntando se ela tinha casado com quem a viu de verdade...
O filme está disponível na Netflix e no Youtube. Chorei feito uma bezerra desmamada.
Até!
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