Sempre quando estou em algum lugar que tenha uma igreja eu entro. E hoje não foi diferente, estava no Centro do Rio e entrei na igreja de Santa Rita, já fui inúmeras vezes, e gosto de assistir a missa de lá. Gosto e aprecio rituais. Assim como gosto e aprecio imagens, sejam quais forem. A igreja estava com todos os santos cobertos, mas havia uma imagem sem cobertura: a de Nossa Senhora das Dores. Durante a missa fiquei muito atenta àquela imagem... Manto roxo, expressão de dor e com um punhal cravado no peito. Ela estava aparente porque estamos na Semana Santa, a semana do calvário de Cristo, seu filho.
Pensei em quantas dores nós, mulheres ou não, passamos durante a vida e muitas ainda vamos passar. Quantas mães perderam seus filhos ou filhas (dor incalculável), quantos de nós perdemos todos os dias e nos doemos. As dores do parto, a dor da morte, a dor da perda de um ente querido, a dor de uma doença, a dor de receber uma notícia ruim, a dor de perder um emprego, em perder tudo o que se tem numa desgraça natural ou não... dores, dores e muitas dores.
A Nossa Senhora das Dores em algumas representações possui cravado em seu coração sete punhais. Esses sete punhais representam as suas sete dores: A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas, 2, 34-35); A fuga da Sagrada Família para o Egito(Mateus, 2, 13-21); O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas, 2, 41-51); O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas, 23, 27-31); O sofrimento e morte de Jesus na Cruz (João, 19, 25-27); Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus, 27, 55-61) e O sepultamento do corpo do filho no Santo Sepulcro (Lucas, 23, 55-56). Porém, há outra simbologia para o numeral 7. O sete designa "a totalidade das ordens planetárias e angélicas, a totalidade das moradas celestes, a totalidade da ordem moral, a totalidade das energias, principalmente na ordem espiritual". O sete também "indica o sentido de uma mudança depois de um ciclo concluído e de uma renovação positiva". Ou seja, o sete é o número da conclusão cíclica e sua renovação; a conclusão do mundo e a plenitude dos tempos...
Maria passou pelo seu calvário viu seu filho padecer na cruz e toda sua via dolorosa. Sofreu aceitando tudo e guardando a dor consigo, pois sabia que aquilo era seu destino e que aquele homem seria a renovação dos tempos. Mas Maria aguentou tudo por amor, amor ao seu filho. Ele renovou, ressurgiu (a Páscoa), houve uma renovação positiva.
Desejo muito que tudo o que esteja acontecendo de turbulência no mundo, em mim e em você seja a renovação cíclica para uma renovação positiva! Só o bem e o amor sobrevive às dores. Que a nossa renovação proporcione a mudança de paradigmas, de atitudes, que saibamos perdoar, assim como Maria perdoou os algozes de seu filho. Só o amor, a perseverança e o bem vencem qualquer dificuldade e maldade. Que tenhamos o amor de Maria conosco e que tenhamos uma Páscoa de lindas renovações e ressurreições.
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